Por Lisandra Paraguassu
WASHINGTON (Reuters) - No primeiro encontro com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira dar apoio à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e defendeu uma grande aliança entre os dois países, mas não garantiu o status de parceiro preferencial na aliança militar Otan.
"Nós estamos olhando para isso com muita atenção, a relação que temos com o Brasil nunca foi melhor. Eu acho que antes tinha muita hostilidade com outros presidentes, tem zero comigo, e vamos olhar isso com muita, muita atenção. Seja Otan ou algo que tenha a ver com aliança, nós queremos uma grande aliança, a melhor que já tivemos antes", disse Trump ao responder a algumas perguntas no Salão Oval da Casa Branca durante encontro com Bolsonaro.
O presidente brasileiro chegou pontualmente ao meio-dia (horário local) à Casa Branca e foi recebido por Trump na entrada sul e levado diretamente ao Salão Oval. Sentado ao lado de Trump, de tradutores e acompanhado apenas do filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é deputado federal, Bolsonaro demonstrava certo nervosismo.
Os dois presidentes trocaram, como presentes pessoais, camisetas das respectivas seleções de futebol, a do Brasil com o nome de Trump atrás e a da seleção norte-americana com o nome de Bolsonaro.
Ao ser perguntado sobre o que poderia oferecer para o Brasil, Trump disse que seu governo está analisando várias questões que interessam ao Brasil, inclusive a facilitação de vistos para brasileiros.
"Opções militares, na questão do visto, há várias coisas que o Brasil gostaria e nós estamos trabalhando nisso. Um dos grandes elementos da relação é o comércio. O Brasil faz grandes produtos e nós fazemos grandes produtos, e nosso comércio nunca foi como deveria ser. Nosso comércio vai crescer muito e essa é uma da coisas que o Brasil gostaria de ver", disse o presidente norte-americano.
VENEZUELA
Trump deixou claro que um dos assuntos centrais da conversa com o presidente brasileiro seria a questão venezuelana, e garantiu que "todas as opções estão sobre a mesa".
"Eu sei exatamente o que quero que aconteça na Venezuela. Nós vamos conversar sobre isso, todas as opções estão sobre a mesa. É uma vergonha o que está acontecendo na Venezuela,
vamos tratar disso", defendeu o presidente norte-americano.
Em rápidos comentários ao iniciar encontro com Bolsonaro, Trump disse o brasileiro está fazendo um excelente trabalho e que o Brasil nunca esteve tão perto dos Estados Unidos.
Bolsonaro, por sua vez, ao ser perguntado se estava feliz em estar no Salão Oval e se imaginava isso há quatro anos, apenas respondeu rapidamente que sim e que poderia nem estar vivo.