Por Sarah N. Lynch e Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) - Conselheiros da Casa Branca tentaram acabar com as especulações de que o presidente Donald Trump pode buscar substituir o chefe de gabinete John Kelly devido à maneira como lidou com alegações de abuso doméstico contra um auxiliar que se demitiu na semana passada.
A conselheira sênior de Trump, Kellyane Conway, disse que o presidente pediu para deixar claro que ele apoia Kelly, que esteve sob intenso escrutínio após o surgimento das alegações de abuso contra o secretário de equipe da Casa Branca, Rob Porter.
"Ele tem total confiança em seu atual chefe de gabinete, General John Kelly, e não está procurando por substitutos", disse Conway no programa "This Week", da ABC.
Porter se demitiu na quarta-feira após duas ex-esposas terem dito que ele cometeu abuso contra elas. Sua saída abrupta levantou questões sobre a demora da equipe de Trump em lidar com as acusações.
Kelly até agora assumiu o peso da culpa e uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters que ele ofereceu sua demissão.
O diretor de orçamento, Mick Mulvaney, culpou pessoas descontentes pelos boatos sobre a saída de Kelly, pois elas teriam perdido o acesso a Trump depois que ele se tornou chefe de gabinete em julho.
Trump pareceu simpático a Porter em um post no Twitter. "As vidas das pessoas estão sendo destruídas por uma mera alegação", ele escreveu, sem citar Porter. "Não existe mais o devido processo legal?"
O contato legislativo da Casa Branca, Marc Short, negou as reportagens de que Kelly havia oferecido sua demissão e disse que ele estava fazendo "um ótimo trabalho".
Short disse ao programa "Meet the Press", da NBC, que o FBI deu uma liberação de segurança interina a Porter.
Ele não disse se acreditava que Kelly sabia das acusações antes da noite de terça-feira, quando ele "soube da profundidade da natureza das acusações".
"Eu acho que provavelmente houve alguma... falta de comunicação entre elementos diferentes na Casa Branca", disse Short à NBC.