BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator da prestação de contas eleitorais da presidente afastada Dilma Rousseff em 2014, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira documentos que apontam indícios de irregularidades em empresa que prestou serviços para a campanha da petista.
O ofício encaminhado nesta quarta-feira ao ministro do STF Edson Fachin inclui documentação sobre a empresa DCO Informática Comércio e Serviços Ltda., listada nos gastos declarados pela campanha de Dilma como destinatária de 4,8 milhões de reais entre os dias 21 e 25 de outubro de 2014.
Mendes havia encaminhado à Secretaria Municipal de Finanças de Uberlândia um ofício para apuração de "eventual ilícito" envolvendo a empresa. O pedido foi motivado por ação do PSDB que levanta suspeitas sobre a prestação de serviços.
Em resposta, a secretaria informou que no endereço da empresa não havia identificação, e que o prédio aparentemente também funciona como residência. O ofício do órgão municipal afirma ainda que, segundo o sócio administrador da DCO Informática Comércio e Serviços Ltda., a empresa conta com um servidor, notebook, e três funcionários sem carteira assinada.
O sócio explicou ainda, diz a resposta da secretaria enviada a Gilmar Mendes, que atuou como desenvolvedor de software que gerenciava disparos de mensagens do WhatsApp e que uma outra empresa foi subcontratada para realizar os envios e produzir relatórios.
A prestação de contas da petista já foi aprovada com ressalvas pelo TSE, mas Gilmar Mendes pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República que apurem irregularidades.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)