RIO DE JANEIRO (Reuters) - Eleitores encontraram tranquilidade para votar nas 57 cidades do país que realizam o segundo turno das eleições municipais neste domingo, inclusive em locais de votação dentro de escolas que estão ocupadas por estudantes em protesto, de acordo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a Justiça Eleitoral, as ocupações em escolas provocaram mudanças nos locais de votação no Espírito Santo, Goiás, Paraná e Pernambuco, enquanto em outros Estados foi feito um acordo com os manifestantes para que a votação ocorresse normalmente apesar das ocupações.
“Nós devemos fazer ponderações para evitar que o direito livre de manifestação e protesto não impeça o direito fundamental de participar do processo eleitoral. Nós esperamos que não ocorram conflitos naqueles locais onde haverá votação e haverá ainda ocupação”, disse o presidente do TSE, Gilmar Mendes, em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, onde acompanhou o início da votação em uma seção eleitoral da Cidade de Deus.
"Tudo transcorre num quadro de normalidade", acrescentou.
Em um balanço publicado na internet, o TSE informou que até as 10h deste domingo foram registradas apenas 13 ocorrências nas 57 cidades que realizam o segundo turno, sendo três prisões por crime de boca de urna e 10 ocorrências sem prisão envolvendo transporte ilegal de eleitores.
De acordo com o TSE, foram substituídas 68 urnas biométricas, representando 0,14 por cento do total de urnas utilizadas nestas eleições. Também foram substituídas 93 urnas eletrônicas sem identificação biométrica, o que corresponde a 0,21 por do total de urnas desse modelo utilizadas em todo país. Nenhuma seção precisou de votação manual.
A votação deste domingo deve consolidar o PSDB como principal vencedor do pleito, com todas as atenções voltadas para a disputa em Belo Horizonte, reduto político do presidente do partido, senador Aécio Neves (MG). [nL1N1CY1G0]
O PSDB elegeu 788 prefeitos --14 em grandes cidades, sendo duas capitais-- no primeiro turno da eleição municipal e terá neste domingo 19 candidatos na disputa em segundo turno, oito em capitais. Em 2012, o partido elegeu 695 prefeitos.
Eleitor da capital paulista, o presidente Michel Temer não votará neste domingo uma vez que o pleito na cidade foi resolvido já no primeiro turno com vitória do tucano João Doria.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que não votará no segundo turno em São Bernardo do Campo (SP), uma vez que o candidato do PT na cidade, Tarcísio Secoli, ficou fora da disputa final ao terminar em terceiro no primeiro turno. Com mais de 70 anos, o ex-presidente não é mais obrigado a votar.
O PT, que em 2012 elegeu 638 prefeitos, corre o risco de terminar a disputa deste ano com apenas as 254 prefeituras conquistadas no primeiro turno, posição que colocou o partido na 10ª posição, atrás de legendas como PP, PDT, PR e PTB.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)