Um em cada 3 professores da rede pública não possui formação adequada para a disciplina que ensina. Os dados são do Anuário da Educação Básica, lançado nesta 4ª feira (13.nov.2024).
Os anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) têm os piores resultados. Quase a metade (41%) dos profissionais dessa etapa não possuem curso de licenciatura relacionado às matérias que lecionam.
No caso da educação infantil e do ensino médio, o percentual de professores sem curso superior é de 32%.
Os anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) são os que apresentam os melhores índices. Nessa etapa, o percentual cai para 21%.
QUADRO ERA PIOR
Apesar dos dados críticos, o cenário apresentou uma melhora na última década. Em 2013, cerca de metade dos professores de todas as fases não possuíam diploma.
Os profissionais da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental foram os mais se graduaram nos últimos anos. Apresentaram um salto de 22% e 20%, respectivamente, de licenciados de 2013 a 2023.
PÚBLICAS E PRIVADAS
Já quando analisado todas as redes de ensino (escolas públicas e particulares), o principal deficit é na educação infantil, que tem 20,5% dos professores sem curso superior. Indo no sentido oposto, o ensino médio é a modalidade com menos educadores sem especialização: só 4%.
A presidente da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, diz que os números refletem “problemas estruturais na formação docente, como ociosidade e evasão nos cursos de licenciatura, além do baixo índice de formandos que, de fato, exercem a carreira em salas”.