Dezenas de Estados dos Estados Unidos, incluindo a Califórnia e Nova York, entraram com um processo contra a Meta nesta 3ª feira (24.out.2023) acusando a big tech de usar intencionalmente recursos no Instagram e no Facebook (NASDAQ:META) para atrair crianças para suas plataformas e contribuir para o declínio de sua saúde mental.
A ação conjunta, protocolada no Tribunal Distrital da Califórnia por 33 Estados norte-americanos, alega que a empresa fundada por Mark Zuckerberg “rotineiramente” coleta dados de crianças com menos de 13 anos sem o consentimento dos pais, o que viola a lei federal nos EUA. Diz que a proprietária do Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger também engana os usuários sobre a real segurança de suas plataformas. Leia a íntegra da ação (PDF – 3 MB, em inglês).
Além desse processo, 9 procuradores-gerais estão movendo ações judiciais em seus próprios Estados e no Distrito de Colúmbia contra a Meta, totalizando 41 Estados com medidas legais que cobram a empresa.
Os Estados alegam que os algoritmos da Meta são pensados para atrair crianças e adolescentes a conteúdo prejudicial e tóxico, usando recursos como o “scroll infinito” e notificações persistentes para “prender” os jovens usuários nas plataformas.
A big tech também faria uso de recursos que, segundo os procuradores-gerais, afetam negativamente a saúde mental dos adolescentes, promovendo comparações sociais ou dismorfia corporal, como as “curtidas” e filtros de fotos publicadas.
“A Meta tem utilizado tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair, envolver e, no fim das contas, prender os jovens e adolescentes. Seu motivo é o lucro, e ao buscar maximizar seus ganhos financeiros, a Meta enganou frequentemente o público a respeito dos significativos perigos de suas plataformas de mídia social. Ela ocultou a maneira como essas plataformas exploram e manipulam seus consumidores mais vulneráveis: adolescentes e crianças”, diz o processo.
As ações judiciais buscam compensações financeiras e restituição, além do fim das práticas da Meta que estão em desacordo com a lei.
Em comunicado, a Meta disse apoiar o compromisso dos procuradores-gerais de buscar experiências on-line seguras para crianças e adolescentes. Mas afirmou estar “desapontada” que os procurados não tenham trabalhado de forma “produtiva” e conjunta com a indústria “para criar padrões claros e apropriados para a idade para os muitos aplicativos que os adolescentes usam”.