Os empreendedores negros são 52% das 29,3 milhões de pessoas responsáveis por conduzir um negócio no Brasil, diz levantamento divulgado pelo Sebrae nesta 2ª feira (20.nov.2023). O valor equivale a 15,2 milhões de brasileiros à frente das próprias empresas que se autodeclaram pretos ou pardos. O grupo, no entanto, ocupa majoritariamente postos com baixa formalização e recebe menos por liderar empreendimentos menores.
A pesquisa revela que pretos e pardos estão concentrados em atividades mais tradicionais e simples, que demandam menos qualificação e geram menor retorno financeiro. Segundo o estudo, 10 atividades somam 78% do universo desses empresários. Cerca de 13,9% dos negócios liderados por negros estão na agropecuária e 15,9% na construção. Outras áreas com grande presença são de as de comércio e serviços pessoais.
Os negros donos de micro e pequenas empresas também são os que têm menor nível de faturamento. Mais de 77% do grupo recebe até 2 salários mínimos. Entre os brancos, a porcentagem de pessoas com o mesmo salário cai para 56,8%.
Enquanto isso, apenas 4,3% dos empreendedores negros ganham mais do que 5 salários mínimos. Para os brancos, a proporção é de 13,5%. Pesa sobre isso o baixo nível de escolaridade dos empresários negros: 45,1% têm somente até o ensino fundamental e 13,2% têm ensino superior.
O levantamento também destaca o baixo nível de formalização dos negócios de pessoas pretas e pardas. Enquanto 43,1% das empresas lideradas por brancos contam com um CNPJ, apenas 23,6% dos empresários negros possuem o registro para o empreendimento.
O estudo foi realizado com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do 3º trimestre de 2023. O levantamento completo pode ser consultado neste link.