Ao menos 69 deputados federais brasileiros de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram nesta 5ª feira (19.out.2023) uma carta pública de apoio ao candidato Javier Milei nas eleições da Argentina.
No documento, os congressistas dizem repudiar a “tentativa de interferência” do governo petista na disputa eleitoral argentina por meio da “inclusão forçada” do país no BRICS (bloco econômico originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Eis a íntegra da carta (PDF – 443 kb).
Os deputados também classificaram como “interferência” do Planalto o acordo de US$ 600 milhões e o empréstimo de US$ 1 bilhão concedido ao governo argentino.
Segundo a oposição, Milei tem representado para os argentinos e para o mundo o “enfrentamento às ameaças e ataques dos seus adversários políticos”. A carta afirma ainda que a vitória do candidato significaria uma “esperança de mudança e renovação para o povo argentino e para América Latina”.
Eis a lista dos deputados que assinaram a carta em apoio a Milei:
- Abílio Brunini (PL-MT);
- Adílson Barroso (PL-SP);
- Alberto Fraga (PL-DF);
- André Fernandes (PL-CE);
- Amália Barros (PL-MT);
- Bia Kicis (PL-DF);
- Bibo Nunes (PL-RS);
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
- Capitão Alberto Neto (PL-AM);
- Capitão Alden (PL-BA);
- Carla Zambelli (PL-SP)
- Carlos Jordy (PL-RJ);
- Caroline de Toni (PL-SC);
- Coronel Assis (União-MT);
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
- Coronel Fernanda (PL-MT);
- Coronel Meira (PL-PE);
- Cristiane Lopes (União-RO);
- Daniel Freitas (PL-SC);
- Daniela Reinehr (PL-SC);
- Delegado Caveira (PL-PA);
- Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP);
- Delegado Ramagem (PL-RJ);
- Domingos Sávio (PL-MG);
- Dr. Luiz Ovando (PP-MS);
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
- Eros Biondini (PL-MG);
- Evair Vieira de Melo (PP-ES);
- Felipe Francischini (União-PR);
- Filipe Barros (PL-PR);
- General Girão (PL-RN);
- Geovânia de Sá (PSDB-SC);
- Gilson Marques (Novo-SC);
- Gilvan da Federal (PL-ES);
- Giovani Cherini (PL-RS);
- Gustavo Gayer (PL-GO);
- Hélio Lopes (PL-RJ);
- José Medeiros (PL-MT);
- Júlia Zanatta (PL-SC);
- Junio Amaral (PL-MG);
- Leur Lomanto Júnior (União-BA);
- Luiz Carlos Busato (União-RS);
- Luiz Lima (PL-RJ);
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP);
- Marcel van Hattem (Novo-RS);
- Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG);
- Marcelo Moraes (PL-RS);
- Marcos Pollon (PL-MS);
- Mário Frias (PL-SP);
- Mauricio Marcon (Podemos-RS);
- Messias Donato (Republicanos-ES);
- Nicoletti (União-RR);
- Nikolas Ferreira (PL-MG);
- Padovani (União-PR);
- Pastor Eurico (PL-PE);
- Pastor Marco Feliciano (PL-SP);
- Priscila Costa (PL-CE);
- Reinhold Stephanes Júnior (PSD-PR);
- Roberta Roma (PL-BA);
- Rodolfo Nogueira (PL-MS);
- Rodrigo Valadares (União-SE);
- Sanderson (PL-RS);
- Sargento Fahur (PSD-PR);
- Sargento Gonçalves (PL-RN);
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
- Thiago Flores (MDB-RO);
- Vermelho (PL-PR);
- Zé Trovão (PL-SC); e
- Zucco (Republicanos-RS).
Dos que assinaram a carta, Eduardo Bolsonaro e Rodrigo Valadares irão em “missão oficial” para a Argentina, atuando como observadores do Poder Legislativo brasileiro nas eleições.
Milei também já recebeu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-chefe do Executivo disse que irá à posse do colega, caso ele vença.
Ao compartilhar o vídeo no Instagram, Milei agradeceu a mensagem de Bolsonaro. “Muito obrigado, presidente Jair Bolsonaro, por sua mensagem! Viva a liberdade”, disse o argentino na legenda.
QUEM É MILEI
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias ultraliberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.