A gestão de Marcio Pochmann, presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), afirmou em comunicado oficial nesta 3ª feira (24.set.2024) que as acusações de autoritarismo por parte de funcionários são “infundadas”.
O IBGE enfrenta críticas de funcionários por falta de diálogo e questionamentos sobre decisões administrativas. A Assibge (Associação dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) marcou um protesto para a próxima 5ª feira (26.set).
A principal reivindicação é sobre o regime de trabalho. No fim de agosto, o IBGE publicou uma portaria que define o fim do teletrabalho integral e o retorno ao trabalho presencial pelo menos 2 dias por semana a partir de 15 de outubro.
Segundo a administração Pochmann, o retorno ao presencial é importante para integrar os quase 1.000 novos funcionários previstos pelo CNU (Concurso Nacional Unificado).
O comunicado também aborda a possível realocação de funcionários para um prédio do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). Disse que administração busca “prédios e instalações públicas que pudessem atender ao objetivo de reduzir custos exorbitantes do IBGE com o aluguel de prédios privados, consumindo parte importante de recursos já escassos”.
Entre as mudanças criticadas também está a criação do IBGE+, fundação de apoio de direito privado. Segundo o sindicato, não houve discussão interna sobre o tema e o acesso ao estatuto só se deu depois de reivindicado.
A presidência defende a iniciativa como estratégia para superar limitações orçamentárias e financiar pesquisas em parceria com entidades públicas e privadas. Afirma que mais de 90% do orçamento do IBGE é destinado a despesas de pessoal, restando menos de 5% para suas atividades principais.
Marcio Pochmann
Indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o economista Marcio Pochmann foi nomeado como presidente do IBGE em 18 de agosto de 2023.
Sob sua gestão, o IBGE lançou um mapa-múndi em que o Brasil aparece no centro do mundo como parte do 9º Atlas Geográfico Escolar. A versão, no entanto, apresentava uma série de erros.
Uma sequência trocava os mapas dos períodos Jurássico (o qual diz ter sido há 135 milhões de anos) e Cretáceo (65 milhões de anos) –diferença de 70 milhões de anos. A sequência também trazia informações incorretas sobre a idade, duração dos períodos geológicos e separação dos continentes no planeta. À época, o IBGE reconheceu as falhas e publicou uma errata.