O presidente interino Geraldo Alckmin (PSB) anunciou neste domingo (10.set.2023) o repasse de R$ 741 milhões em repasses para cidades atingidas pelo ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. O desastre natural já deixou 43 mortos e 46 desaparecidos.
“O presidente Lula nos orientou para prioridade absoluta, prioridade máxima, nesta parceria com a população e com a região”, afirmou Alckmin a jornalistas depois de sobrevoar municípios atingidos pelo ciclone. O presidente interino está acompanhado de 8 ministros.
Alckmin especificou como será a divisão dos recursos anunciados. Eis os números:
- 26 milhões de crédito para o Ministério da Defesa, com gastos militares, resgates, aeronaves;
- 80 milhões para o Ministério da Saúde, na reconstrução de UBs (unidades básicas de saúde), restauração de hospitais, reconstrução farmácias, criação de um hospital de campanha;
- 16 milhões para o Ministério dos Transportes, para reconstrução de uma ponte na BR-116, sobre o Rio das Antas;
- 125 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para o programa de aquisição de alimentos e demais programas sociais;
- 57 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e da Previdência;
- 195 milhões para Cidades (moradias);
- 185 milhões Desenvolvimento Regional (reconstrução das cidades).
Segundo o presidente interino, são 3 principais desafios que os governos federal e estadual tem agora: salvar vidas, reconstruir as cidades e recuperar a economia. Alckmin disse haver mais de 900 militares das Forças Armadas atuando na região e 6 aeronaves do governo federal. Alckmin está no comando do país pela viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Índia para a Cúpula do G20.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está acompanhando o vice-presidente e a comitiva da gestão petista. A comitiva federal é composta pelos seguintes ministros:
- Jader Filho (Cidades);
- José Múcio (Defesa);
- Marina Silva (Meio Ambiente);
- Nísia Trindade (Saúde);
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário);
- Paulo Pimenta (Secom);
- Waldez Góes (Desenvolvimento Regional);
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
Neste domingo (10.set), um hospital de campanha foi instalado no município de Roca Sales, um dos mais atingidos da região.
Na 6ª (8.set), o governo federal anunciou ajuda de R$ 800 para cada pessoa atingida pelo desastre. O benefício será dividido em duas parcelas de R$ 400. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a 1ª parte do auxílio será paga aos municípios já na 2ª (11.set).
O valor de R$ 800 será disponibilizado para cada pessoa desabrigada no Estado e repassado aos municípios para que possam gerir as despesas com alimentação, higiene e atendimento dos afetados pelo ciclone. O governo estima que existam 5.000 pessoas nesta situação por causa das fortes chuvas.
A 2ª parcela só será paga depois que o governo federal fizer um balanço para verificar se novas pessoas também precisarão ser incluídas no benefício.
O Estado tem 150.341 pessoas afetadas, 11.642 desalojadas e 3.798 desabrigadas. Para ajudar, o Executivo gaúcho estabeleceu uma chave PIX (CNPJ) de conta bancária para receber as doações de quem deseja auxiliar às vítimas das enchentes.
- PIX para a conta SOS Rio Grande do Sul
- CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul.
AUSÊNCIA DE LULA
A viagem de Alckmin se dá depois de o governo petista ser alvo de críticas ao longo da semana pelo fato de o presidente Lula não ter ido ao Rio Grande do Sul antes de embarcar para a Cúpula do G20. Uma comitiva com ministros visitou o Estado na 4ª (6.set), mas o presidente não estava presente.
O petista concentrou sua agenda na negociação para finalizar a minirreforma ministerial e participou do desfile de 7 de Setembro, em Brasília. Depois embarcou para a Índia. Alckmin minimizou na 6ª feira (8.set) a não ida do chefe do Executivo ao Estado.
“Os seus ministros estiveram lá. O presidente tinha ontem o 7 de setembro, não tinha como sair. No dia anterior, teve uma indisposição de saúde. Mas todo o governo empenhado em atender a região”, disse o vice-presidente à jornalistas.
Eduardo Leite também minimizou a ausência Lula no Estado. “Vou me abster de comentar a ausência do presidente porque não me interessa qualquer tipo de conflito político. É um momento de união”, declarou o tucano em entrevista a jornalistas nesta 6ª feira (8.set).
Leite afirmou que a ida de Lula às cidades afetadas poderia atrasar as operações de buscas e resgates realizadas no local. Segundo ele, a estrutura e os equipamentos utilizados para transportar o petista, como helicópteros, devem ser utilizados para socorrer a população.
Depois das críticas, o presidente da República citou em seu 1º discurso na Cúpula do G20 o ciclone. “O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo no Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais. Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis”, disse.
No encerramento da cúpula, o petista voltou a falar do desastre natural no Estado. “Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do planeta”, disse Lula.