O Brasil registrou 1.085 focos de incêndio no sábado (28.set.2024), segundo dados do BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O país havia registrado uma queda no número de alertas, que foram de 1.374 para 934 focos de 5ª feira (26.set) para 6ª feira (27.set).
O Pará está em 1º lugar no ranking, com 251 queimadas registradas. Em seguida, estão a Bahia, com 196 focos, e Minas Gerais, com 190.
Quanto aos biomas, o Cerrado segue liderando, com 516 registros. Com propensão para a expansão do fogo por conta da baixa umidade e da alta temperatura, a área atingida pelas chamas em agosto cresceu 177% quando comparado com o mesmo período de 2023.
No mês passado, o Cerrado foi o bioma mais afetado pelas queimadas de agosto, com 2,4 milhões de hectares atingidos.
Em 28 dias de setembro, o mês já ultrapassou agosto, com 81.518 focos de incêndio. O país havia encerrado o mês anterior com o pior número de queimadas em 14 anos.
Setembro já é o pior mês do ano em relação aos alertas para as chamas. É ainda o setembro com maior número de queimadas desde 2010.
O país vive a pior seca da história, com a pior estiagem em 44 anos, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Com a falta de chuvas e os incêndios criminosos, o Brasil já registrou 208 queimadas em 2024 –o 12º pior ano desde 1998.
SECA HISTÓRICA
A seca e a estiagem que afetam grande parte dos municípios são comuns no inverno brasileiro. A temporada teve início em junho e segue até o final de setembro. No entanto, a intensidade em que ocorrem na estação, este ano, é atípica. São 2 os fatores que mais impactam no cenário:
- fortes ondas de calor – foram 6 desde o início da temporada, segundo o Cemaden. Por outro lado, as ondas de frio foram somente 4;
- antecipação da seca – em algumas regiões do Brasil, o período de seca começou antes do inverno. Na amazônica, por exemplo, a estiagem se intensificou quase 1 mês antes do previsto, já no início de junho.
Na região da Amazônia, além dos focos de incêndio, a seca toma formas preocupantes. Os municípios amazônicos enfrentam cerca de 1 ano de estiagem. É a seca mais longa já registrada. São 3 as principais causas:
- intensidade do El Niño – o regime de chuvas foi impactado pelo fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico. Ele teve o pico no início deste ano e influenciou o começo da seca;
- aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte – a temperatura na região marítima, que fica acima da América do Sul, chegou a aumentar de 1,2 °C a 1,4 °C em 2023 e 2024;
- temperaturas globais recordes – em julho, o mundo bateu o recorde de maior temperatura já registrada na história. O cenário cria condições para ondas de calor mais fortes.