BRASÍLIA (Reuters) - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta terça-feira que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve assinar nesta semana contrato para repassar 300 milhões de reais para instituições participarem da instalação e início do funcionamento de um centro internacional de combate a crimes na Amazônia.
O centro vai funcionar em Manaus como uma espécie de hub e englobar os nove Estados da região amazônica, os nove países amazônicos e, segundo Andrei, também instituições a serem convidadas, como a Europol e a Ameripol.
"O prédio já existe, será locado, já existe um acordo lá aguardando a liberação desse recurso", disse Rodrigues em café da manhã com jornalistas em Brasília. "Se espera para esta semana, já dando um spoiler, a assinatura do acordo com o BNDES do contrato para os recursos do fundo serem repassados."
A verba para o centro é do Fundo Amazônia -- um fundo multinacional de apoio à região que tinha sido paralisado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dos 300 milhões de reais previstos para a ação, a PF deve ter direito a 150 milhões de reais, acrescentou o diretor-geral.
A previsão inicial era de que o CCPI, como a instituição será chamada, ficasse pronto para funcionamento no mais tardar no primeiro trimestre deste ano, conforme chegou a ser noticiado pela Reuters. Contudo, Rodrigues disse que questões burocráticas adiaram o início do funcionamento.
"A questão é de mobiliar o prédio, recrutar o pessoal, questão de mais dois ou três meses a gente já consiga ter o começo operacional (do centro)", afirmou ele.
O diretor-geral da PF afirmou que o CCPI será um grande centro com foco na atuação ambiental. Por ora, a corporação está na fase de discussão do modelo do centro e de avaliação do diretor para comandá-lo.
No café da manhã, Rodrigues afirmou que a PF tem, sob sua gestão, buscado ampliar o combate a crimes ambientais. Ele fez questão de divulgar números e ações de que houve, por exemplo, uma queda muito significativa de corte raso e seletivo no desmatamento na Amazônia e que na Terra Indígena Yanomami ocorreu uma queda de 82% das áreas de garimpo entre 2022 e 2023.
"Muito se fez e se faz historicamente e aqui não se está dizendo que estamos fazendo coisas disruptivas, mas dando sequência ao que a PF está dando ao crime ambiental", disse.
(Reportagem de Ricardo Brito)