O Ibovespa, principal índice da B3 (BVMF:B3SA3) (Bolsa de Valores de São Paulo), começou em alta nesta 2ª feira (30.out.2023), mas passou a cair depois de falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele evitou dizer se a meta de zerar o deficit primário em 2024 está mantida.
A Bolsa caiu até 0,70%, aos 112.506,72. Às 13h04, recuava 0,26%, aos 113.004 pontos. Já o dólar, que estava em queda, passou a subir e atingiu R$ 5,05 na máxima. Às 13h04, subia 0,54%, cotado a R$ 5,04.
Haddad disse que tem compromisso com uma meta pessoal de equilibrar as contas públicas, mas não respondeu se o governo vai manter o objetivo fiscal de zerar o deficit primário em 2024. Essa meta foi proposta pela equipe econômica, validada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República.
O objetivo de Haddad nesta 2ª feira (30.out.2023) era tranquilizar o mercado financeiro em relação às incertezas fiscais. Mas a falta de comprometimento com a meta estabelecida em lei resultou no efeito contrário. O Ibovespa opera na contramão do S&P 500 e Dow Jones nos Estados Unidos. Os principais índices europeus também sobem.
FALAS DE LULA
Haddad teve reunião nesta 2ª feira (30.out.2023) com Lula. O presidente disse que “dificilmente” cumprirá a meta fiscal –estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e validada pelo Congresso–, mesmo depois de o país registrar só 1 superavit anual nos últimos 9 anos.
O mercado financeiro ficou ainda mais cético com o comprometimento do governo em equilibrar as contas públicas. A meta fiscal foi sancionada em agosto. Analistas avaliam que haverá uma suavização do discurso de integrantes governo, mas o posicionamento do presidente foi claro: um deficit de 0,5% é “absolutamente nada”.
Assista (1min47s):
O discurso coloca em xeque a eficácia da nova regra fiscal e relativiza um dos pilares da macroeconomia brasileira. Caso o governo não adote medidas duras para conseguir zerar o deficit, as cotações para juros futuros e inflação tendem a subir. O movimento de volatilidade nos ativos encarece a dívida pública e atrapalha o processo de redução da taxa básica, a Selic, que está em queda desde agosto.
Há percepção de parte do mercado que o marco fiscal tem pouca relevância para o presidente Lula. Há dúvidas se será preferível o governo mudar a meta do que fazer contingenciamento –bloqueio das despesas– em momentos de aperto fiscal. Lula foi enfático ao dizer que não cortará investimentos em obras e contraria o discurso do ministro Haddad sobre o marco fiscal.