O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 6ª feira (3.nov.2023) que está sendo “colocado para fora” da política pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes. A declaração foi dada em Santos (SP) depois de cerimônia de entrega de viaturas no 6º Grupamento de Bombeiros da cidade.
“É o que eu costumo dizer: você briga em casa com sua esposa e vai recorrer para a sogra? A gente está vendo qual a estratégia nossa, se bem que não tem estratégia. Estratégia é o que o Alexandre de Moraes quer. E a gente sabe o que ele quer. É me alijar da política”, disse Bolsonaro a jornalistas.
A fala foi uma referência à decisão do TSE, que na 3ª feira (31.out.2023) o condenou pelos atos do 7 de Setembro de 2022.
Na ocasião, a Corte decidiu pela sua inelegibilidade e do candidato a vice-presidente na chapa Walter Braga Netto. O TSE determinou o pagamento de multas nos valores de R$ 424,6 mil para Bolsonaro e R$ 212,8 mil a Braga Netto pelo uso eleitoral do evento de comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022.
“No momento, ele [Moraes] está tendo vitória, mas tudo nessa vida é dinâmico”, disse ainda o ex-presidente durante o evento.
Alexandre de Moraes é relator no STF do inquérito sobre os responsáveis pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Bolsonaro é investigado como um dos autores intelectuais dos atos que levaram à invasão da sede dos Três Poderes, em Brasília, por extremistas.
Na 4ª feira (1.nov.2023), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que vai recorrer à decisão que tornou Braga Netto inelegível. Bolsonaro já estava com os direitos políticos cassados por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. As condenações não se somam.