Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista à TV Brasil que foi ao ar na noite de segunda-feira que não sancionará um fundo eleitoral de 5,7 bilhões de reais aprovado pelo Congresso Nacional na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
O presidente classificou o montante aprovado para as campanhas eleitorais como "astronômico" e disse que os recursos teriam melhor destinação se aplicados em projetos do governo, como em obras viárias e contra a seca no Nordeste.
"Primeiramente, o valor é astronômico, mais 6 bilhões de reais para se fazer campanha eleitoral", disse Bolsonaro na entrevista. "É uma cifra enorme que, no meu entender, estará sendo desperdiçada, caso seja sancionada. Posso adiantar para você que não será sancionada", acrescentou.
Após afirmar que não sancionaria a proposta --lembrando que tanto o Legislativo pode rejeitar propostas feitas pelo Executivo como o Executivo vetar propostas do Legislativo-- o presidente disse que a "ideia" e a "tendência" era de não dar aval ao valor aprovado pelos parlamentares.
"A tendência nossa é não sancionar isso aí em respeito ao trabalhador e ao contribuinte brasileiro", disse Bolsonaro.
Quando indagado diretamente se vetaria a proposta, afirmou: "A ideia nossa é vetar esse dispositivo aí".
Na semana passada, o Congresso aprovou a LDO de 2022 com a previsão de um déficit de 170,47 bilhões de reais para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União (governo central) e um fundo eleitoral ampliado para 5,7 bilhões de reais.
No domingo, após receber alta de um hospital em São Paulo onde tratou uma obstrução intestinal, Bolsonaro criticou o valor aprovado para o fundo eleitoral e o vice-presidente do Congresso, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), responsabilizando-o pela aprovação do montante para as campanhas do ano que vem.