O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse nesta 5ª feira (9.nov.2023) que o “principal derrotado” com a aprovação da reforma tributária no Senado foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que fez críticas à proposta. Padilha foi ao Congresso para agradecer ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pelo esforço de votação dos senadores.
“A reforma tributária é uma vitória do Brasil, não era um tema do governo e nem da oposição. Apesar de ter ficado muito claro, no dia de ontem, que o principal derrotado foi o ex-presidente da República, que tentou na véspera da votação, mais uma vez, impedir e fazer campanha contra”, disse em entrevista a jornalistas na Câmara.
Bolsonaro articulou com aliados a rejeição da proposta, apesar de o seu partido, o PL, não ter fechado questão sobre o assunto. O ex-presidente fez, inclusive, visita surpresa ao Congresso na 4ª feira (8.nov).
No X (ex-Twitter), ele afirmou que o Brasil terá “o IVA [Imposto sobre o Valor Agregado] mais caro do mundo” e que o setor de serviços será “duramente atingido” pelas mudanças.
“O Brasil não pode ter um ou outro Estado bem e os demais prejudicados. De nada vale um Estado produzir se os demais não puderem comprar. A economia não irá girar. Todos perderão”, disse Bolsonaro. Quando o texto foi votado na Câmara, em julho, o ex-presidente também criticou a proposta.
Alexandre Padilha declarou que Bolsonaro saiu derrotado das duas votações em que a proposta foi chancelada pelos congressistas. Segundo ele, o governo anterior não teve “interesse” em aprovar a reforma.
“Ele [Bolsonaro] durante todo o governo dele não se esforçou para votar a reforma tributária no país”, disse o ministro.
A reforma foi aprovada em 2 turnos pelos senadores com o placar duplo de 53 votos a 24. São necessários ao menos 49 votos (três quintos da composição da Casa) em cada turno para a aprovação do texto.
Na 1ª etapa da votação, governistas foram surpreendidos com a orientação contrária do Republicanos –partido do Centrão que tem representante na Esplanada de Lula, mas apoio a reeleição de Bolsonaro. Além disso, horas antes da votação, governadores do Sul e do Sudeste também criticaram a proposta e defenderam a sua rejeição.