“Observamos que cerca de 80% das vendas brasileiras para mercados árabes são de commodities agrícolas, enquanto aproximadamente 90% de nossas importações desses mesmos mercados correspondem a combustíveis minerais, adubos e fertilizantes, insumos essenciais para a nossa produção agrícola”, exemplificou o vice-presidente.
Ele avalia que há espaço, portanto, para diversificação do comércio e dos serviços com o Brasil. “Precisamos subir a escada desse relacionamento e avançar nas áreas de tecnologia, investimento e nos tornarmos realmente parceiros estratégicos”, apontou.
Mourão destacou também que as exportações brasileiras para as nações árabes crescem desde 2003 e que, se tomadas em seu conjunto, seriam o terceiro principal parceiro comercial do Brasil para as exportações e o quinto para as importações. “O Brasil tornou-se o maior produtor de proteína halal do mundo e trabalha para fornecer outros produtos adaptados aos costumes e tradições da religião islâmica”, acrescentou.
Para o vice-presidente, as parcerias comerciais com o mundo árabe ganham um “sentido estratégico” diante dos impactos das sucessivas crises observadas no século 21, que incluem o “o crash financeiro de 2008, a instabilidade política em diferentes regiões do planeta, os desastres ambientais cada vez mais frequentes, a tensão geopolítica entre as duas maiores economias do mundo e, obviamente, a pandemia da covid-19”.
“Precisamos trabalhar em parceria, em favor de iniciativas que nos tragam benefícios mútuos, com maior resiliência e segurança para as nossas nações”, propôs. Mourão destacou ainda a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia como mais um fato que cria instabilidade no mundo. “A Câmara de Comércio Árabe Brasileira tem contribuído para que setores público e privado trabalhem com sinergia para identificar e explorar essas oportunidades”.