O diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, afirmou nesta 3ª feira (19.set.2023) que o Brasil explora menos da metade de seu potencial hidroviário. Segundo Nery, o SNV (Sistema Nacional de Viação) registra 42.000 km de rios navegáveis no país, mas menos de 20.000 km são de fato utilizados para transporte de cargas e passageiros.
A subutilização dos rios brasileiros fica ainda maior se considerar um estudo feito por um grupo de trabalho da Antaq em 2011 que identificou um potencial de 64.000 km de hidrovias navegáveis. De acordo com essa avaliação, o Brasil utiliza 29,7% de seu potencial nesse modal de transportes.
“Nós identificamos que um pouco mais 19.000 km as nossas vias navegáveis são de fato exploradas, ou seja, nós estamos explorando cerca de um terço do nosso potencial hidroviário”, disse Nery em reunião da comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Em 2022, o Brasil registrou cerca de 40 milhões de toneladas movimentadas em navegação interior. O número foi o recorde do setor, mas ainda assim escancara a baixa exploração do modal hidroviário.
Segundo Nery, ao considerar as embarcações que utilizam as hidrovias em longo curso (modalidade de navegação com escalas em portos de mais de um país), esse número chega a 100 milhões de toneladas.
Para exemplificar o potencial desperdiçado nas hidrovias brasileiras, o diretor da autarquia usou como exemplo o Rio Mississippi, nos Estados Unidos, que transporta sozinho 4 vezes mais que todos os rios em território nacional.
Entre as principais hidrovias do Brasil, 9 são responsáveis por cerca de 63% desse montante de 100 milhões de toneladas. Veja a lista abaixo: