O ministro para assuntos religiosos e islâmicos da AP (Autoridade Palestina), Mahmoud Al-Habbash, disse que a organização não quer que a guerra entre Israel e o Hamas atinja nações amigas. A declaração ocorre depois que a PF (Polícia Federal) prendeu pessoas ligadas a uma suposta célula do Hezbollah.
“Não esperamos que o conflito se espalhe para o exterior. Esperamos que permaneça confinado à região, mas a agressão continuada pode levar a uma expansão, transformando em um conflito não apenas entre os palestinos e israelenses, mas entre israelenses e todos os muçulmanos. Receio que Israel possa, com sua política, transformar [a guerra atual contra o Hamas] em um conflito religioso que inclua o mundo inteiro”, disse em entrevista ao jornal Correio Braziliense publicada neste domingo (19.nov.2023).
O ministro afirmou que as relações entre o Brasil e a Palestina são boas. Ele disse que, desde o começo do conflito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou solidariedade aos palestinos.
“O povo brasileiro é um povo amigo do palestino. Ao longo de todas as décadas do desenvolvimento da questão palestina, as relações sempre têm sido solidárias e compreensivas” disse. “O que observamos, a nível oficial e ao nível da rua, da interação do povo brasileiro, é um reflexo que, realmente, existe uma solidariedade genuína e verdadeira”, acrescentou.
“Quando começou essa nova onda de violência israelense, o presidente Lula falou, imediatamente, com nosso presidente Mahmoud Abbas e transmitiu a solidariedade do governo e do povo brasileiro ao povo palestino”, completou.
Al-Habbash afirmou que Israel tem responsabilidade no início da guerra. Segundo ele, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apoiou o Hamas quando o grupo assumiu o controle da Faixa de Gaza.
“Houve a política de Netanyahu de fortalecer o Hamas e debilitar a Autoridade Palestina. Essas são as principais causas para o 7 de outubro. Se tivermos que culpar alguém, devemos culpar a ocupação israelense e culpar Netanyahu por esses nefastos resultados. Se tivéssemos tranquilidade e uma vida digna isso não aconteceria”, afirmou.