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Caixa faz exposição cultural e põe Arthur Lira em lata de lixo

Publicado 23.10.2023, 15:13
© Reuters.  Caixa faz exposição cultural e põe Arthur Lira em lata de lixo

A exposição “O Grito”, disponível para o público na Caixa Cultural, em Brasília, desde a última 3ª feira (17.out.2023) exibe uma figura em que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aparece dentro de uma lata de lixo envolta com a bandeira do Brasil. Junto com ele, dentro da lata, estão a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Economia Paulo Guedes.

A “Coleção Bandeira” é um trabalho é de autoria de Marilia Scarabello e está exposto a junto a obras de outros artistas. Ela tem uma página no Instagram na qual mostra algumas de suas obras.

A exposição “O Grito” tem patrocínio da própria Caixa Econômica e do governo federal.

O Poder360 entrou em contato com a assessoria da Caixa e solicitou uma nota sobre a exposição de Lira dentro de uma lata de lixo na mostra cultural, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação. O custo da mostra, paga com dinheiro público, também não foi divulgado.

Desde julho, a presidência da Caixa Econômica Federal e suas principais diretorias têm sido negociadas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Lira. O comando do banco foi oferecido pelo Palácio do Planalto para o Centrão quando esse grupo político ingressou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente da Câmara foi o chefe político do Centrão que deu o aval principal para as mudanças na Esplanada, que oficializaram a entrada do PP e do Republicanos na base de apoio do governo, em 6 de setembro. Arthur Lira entregou a Lula em 28 de setembro o nome de Carlos Antônio Fernandes Vieira como possível indicado para presidir a Caixa.

Era esperado que a troca no comando do banco também fosse anunciada um pouco mais cedo, mas a operação foi adiada porque era necessário cumprir requisitos da política de conformidade do banco.

Havia uma expectativa de que Lula pudesse tomar uma decisão na volta de sua viagem aos Estados Unidos, onde havia participado da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), antes do final de setembro. Uma entrevista dada por Lira ao jornal Folha de S.Paulo, no entanto, irritou o presidente e as indicações para a Caixa ficaram suspensas.

Em 17 de setembro, Lira disse ao jornal que as indicações políticas para os cargos no banco público passariam pelo seu aval e afirmou que a ideia era contemplar não só o PP, seu partido, mas também outros de seu grupo político, como União Brasil, Republicanos e parte do PL.

Segundo o Poder360 apurou, o reconhecimento público de que as decisões sobre a Caixa seriam tomadas pelo deputado levou Lula a segurar a negociação.

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