O assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, chamou de “genocídio” a morte de crianças no conflito entre Hamas e Israel. Ele foi o enviado do Brasil para a Conferência da Ajuda Humanitária em Paris. O evento, realizado nesta 5ª feira (9.nov.2023), reuniu doadores para acelerar a oferta de ajuda para a Faixa de Gaza.
“Eu reitero a condenação do Brasil aos ataques terroristas contra os israelenses e a tomada de reféns. No entanto, atos bárbaros como esses não justificam o uso indiscriminado da força contra civis. A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente”, disse Amorim. Leia a íntegra do discurso (PDF – 351 kB).
Em sua fala, Amorim disse que o Brasil considera “indispensável” a realização de uma “conferência diplomática onde uma solução política possa ser promovida, com a participação de um grande número de Estados, nos moldes da Conferência de Anápolis”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também já usou a palavra “genocídio” para a morte de crianças em Gaza, em 25 de outubro. Disse ser “muito grave” o que está acontecendo no Oriente Médio e que não se tratava de uma questão de “quem está certo, quem está errado”.
“O problema é o seguinte aqui: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2.000 crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, disse Lula.
A fala do chefe do executivo foi alvo de críticas: em 1º de novembro, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, disse as falas mostravam como o petista e outros líderes sul-americanos estavam “mal-informados”.