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Centro-Oeste e Sudeste lideram em populações ativas

Publicado 27.10.2023, 10:00
Centro-Oeste e Sudeste lideram em populações ativas

O Centro-Oeste e o Sudeste têm as maiores porcentagens de pessoas em idade ativa do Brasil. O número de habitantes de 15 a 64 anos representa, respectivamente, 70,3% e 69,8% da população de cada região. Os dados são do Censo Demográfico 2022. As informações sobre idade e sexo foram divulgadas nesta 6ª feira (27.out.2023).

Os sudestinos também têm o maior percentual de idosos com 65 anos ou mais do Brasil. Habitantes com essa faixa etária são cerca de 10 milhões na região –12,2% do total. No Sul, são 12,1% da população (3,6 milhões de pessoas).

Na outra ponta, o Norte tem o maior percentual de população considerada mais jovem, de 0 a 14 anos, com 25,2% dos habitantes nessa faixa etária (4,4 milhões de pessoas). A região concentrou nas últimas décadas fluxos migratórios focados em atividades como garimpo e agropecuária.

O Sudeste e o Nordeste, as duas regiões mais populosas do país, foram aquelas que mais envelheceram desde a realização do último Censo, em 2010. Ambos registraram variação para cima na idade mediana em 6 anos. No Nordeste, foi de 27 anos para 33. No Sudeste, de 31 para 37 anos.

POPULAÇÃO BRASILEIRA ENVELHECEU

O Censo mostra que o número de idosos com 65 anos ou mais no Brasil cresceu de forma acelerada na última década. Agora, são 22,2 milhões de pessoas nessa faixa etária –ante 14,1 milhões em 2010, no último levantamento.

As pessoas com 65 anos ou mais representam 10,9% da população brasileira. Esse é o maior percentual de idosos da história. Há 12 anos, eram 7,4%.

A maior parte dos brasileiros (69,3%) tem de 15 a 64 anos: são 140,8 milhões de pessoas nessa faixa etária. Os mais novos, aqueles que têm de 0 a 14 anos, são 40,1 milhões, o que representa cerca de 19,7% população brasileira.

No entanto, apesar de a maioria da população ainda estar em idade ativa, a taxa de crescimento populacional no Brasil está em queda. Se essa tendência permanecer, a população brasileira deve parar de crescer nos próximos anos.

Foi registrado um aumento anual da população de 0,52% de 2010 a 2022. É a menor taxa desde o 1º Censo realizado no país, em 1872. No último levantamento, eram 190.755.799 brasileiros, crescimento anual de 1,17% na década de 2000 a 2010.

Além disso, o índice de envelhecimento no país deu um salto. Passou de 30,7 no último Censo, em 2010, para 55,2 em 2022. Este dado índica o número de pessoas com 65 anos e mais de idade em relação a um grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos.

O envelhecimento da população traz de volta à pauta uma discussão antiga: a reforma da previdência. Apesar da promulgação em 2019 do projeto angariado pelo então ministro Paulo Guedes, as mudanças serão insuficientes para dar sustentabilidade às contas públicas no longo prazo.

O cenário demográfico do Censo de 2022 comprova que a sustentabilidade do sistema previdenciário atual é incerta. Gasta-se mais do que se arrecada. A tendência é piorar com o aumento de aposentados e diminuição da população economicamente ativa.

SAIBA NA SUA CIDADE

O Poder360 montou um gráfico interativo para consultar a idade da população em todos os municípios do Brasil. O período compreendido vai de 1991 a 2022. É possível consultá-lo aqui ou abaixo.

BRASIL: 203 MILHÕES DE HABITANTES

O Brasil tem atualmente 203.080.756 habitantes. O número é diferente do anunciado pelo instituto em 28 de junho deste ano, na primeira parte da divulgação dos dados, que havia contabilizado 203.062.512 de habitantes.

Depois de uma 2ª apuração, realizada de 29 de maio a 7 de julho, e consequente revisão dos dados, o IBGE acrescentou 18.244 novos habitantes ao total populacional do Brasil.

O IBGE está publicando o resultado do levantamento em etapas. A 1ª leva apresentou o número total da população, por municípios e Estados e o total de domicílios.

Nesta 6ª feira (27.out), foram divulgados dados referentes à idade e sexo. Outros recortes, como cor da pele e religião devem ser apresentados posteriormente.

ATRASO NO CENSO DEMOGRÁFICO

O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos e estava previsto para 2020, mas foi atrasado por causa da pandemia.

Em março de 2020, o IBGE anunciou o adiamento do levantamento para 2021 por conta da evolução de casos de covid no Brasil.

Em abril de 2021, o governo Bolsonaro adiou novamente a coleta de informações. O então secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que não havia recursos previstos no Orçamento.

Em janeiro de 2022, o STF determinou que o governo tomasse providências para realizar o Censo ainda naquele ano. Em agosto do ano passado os recenseadores saíram às ruas.

Inicialmente, a conclusão estava prevista para outubro. Foi adiada para meados de dezembro e, posteriormente, estendida para 2023. A pesquisa enfrentou dificuldades como a recusa de pessoas a responder o questionário. O ex-presidente do IBGE Roberto Olinto classificou esta edição do levantamento como uma “tragédia absoluta”.

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