O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta 4ª feira (18.set.2024) que o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros dos EUA “veio um pouco atrasado” e que estava esperando a medida para antes, em junho. Também disse acreditar que o ritmo de queda deve ser “duradouro”.
“Eu penso que deve entrar numa trajetória de cortes e que isso vai ser duradouro. Não acredito que em 2025, 2026 nós tenhamos surpresa. Isso é ótimo para o Brasil e para o mundo porque dá um alívio doméstico grande e nos coloca a responsabilidade de continuar fazendo o trabalho de arrumação da casa aqui para colher os frutos desses ventos favoráveis”, declarou em entrevista a jornalistas.
O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) decidiu nesta 4ª feira (18.set) reduzir o intervalo da taxa básica de juros de 5,25% a 5,50% para 4,75% a 5% ao ano. Representa a 1ª diminuição desde março de 2020, quando começou a pandemia de covid-19.
ENTENDA: O que é taxa de juros e como funciona
TRAJETÓRIA
O último corte dos juros norte-americanos foi realizado em reunião extraordinária há 4 anos e 6 meses, quando os bancos centrais dos países tinham dúvidas quanto ao efeito do isolamento social na economia global.
Depois dos incentivos fiscais e monetários adotados durante a crise sanitária, a inflação norte-americana subiu e pressionou o Fed a iniciar o ciclo de reajuste das taxas. A alta dos juros começou em março de 2022 e a sequência foi interrompida em junho de 2023, quando o intervalo ficou em 5,25% a 5,50% ao ano. Esse patamar perdurou por 1 ano e 4 meses, e representa o maior juro desde 2001.