Com a agenda apertada por viagens internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve priorizar eventos eleitorais em São Paulo ao voltar de Nova York. Os únicos atos de campanha que o petista deve fazer antes do 1º turno serão com Guilherme Boulos (Psol) em São Paulo e com outros candidatos na região metropolitana no sábado (28.set).
O presidente avalia ir direto da capital paulista para o México para aproveitar mais um dia em possíveis atos eleitorais. O petista vai ao país latino-americano para a posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum, em 1º de outubro.
A vitória de Boulos é considerada pelo presidente a maior prioridade eleitoral deste ano. No fim de agosto, Lula foi a 2 comícios ao lado do psolista em São Paulo. Também participou de propagandas eleitorais do candidato.
Assista (2min25s):
Nas contas do Planalto, Lula terá só 4 ou 5 dias no Brasil para viagens internas mirando as eleições. Teria 5ª feira (26.set), 6ª feira (27.set) e sábado (28.set) depois de voltar de Nova York, e só 5ª feira (3.out) e 6ª feira (4.out) ao retornar do México. Ao todo, deve ter menos de uma semana livre até o 1º turno, em 6 de outubro.
SEM PALANQUE FORA DE SP
O presidente não deve ter eventos 100% eleitorais fora de São Paulo nem no 2º turno. A expectativa é que o petista faça atos institucionais nos Estados e aproveite viagens para gravar vídeos e estar com os candidatos, mas é improvável que haja palanque, carros de som e similares.
A equipe de Lula ainda estuda encaixar visitas como essas a Teresina e Recife antes do 1º turno. São as capitais com nomes aliados competitivos que faltam ser visitadas pelo chefe de Estado. Outra capital na mira é Natal (RN). Só que nenhuma das viagens foi confirmada.
O Planalto mapeou 8 cidades em que candidatos do governo enfrentam nomes próximos ao bolsonarismo: São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Rio Branco, Fortaleza, Teresina, Recife e Goiânia. Ainda assim, poucas dessas devem receber Lula até o fim das eleições.
Até o PT está cético com a participação de Lula nos pleitos municipais de forma mais ampla. O partido do presidente avalia que ele só subirá em palanques se tiver certeza de que será decisivo no resultado.
A ausência do principal nome do partido vem frustrando a cúpula petista, que esperava maior engajamento do chefe do Executivo para conquistar ao menos uma prefeitura de capital.
Para isso, entretanto, o presidente precisaria ir além do expediente para participar das campanhas. Isso porque a legislação proíbe que agentes públicos participem de atos eleitorais durante o horário de trabalho. Também veta o uso de recursos públicos para tal finalidade. Dessa forma, o PT teria que arcar com as viagens do presidente.
Outro problema seria a logística. Ainda que seja para um evento não oficial, a equipe de segurança, comandada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e seus assessores trabalham antes e durante suas viagens.
O PT gostaria que o presidente estivesse presente nas campanhas em Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Natal (RN) e Goiânia (GO). Em 2020, o partido não ganhou em nenhuma capital e espera reverter esse cenário em 2024.