O Conselho de Segurança da ONU adiou a reunião marcada para esta 3ª feira (17.out.2023) que votaria a proposta de resolução do Brasil sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Segundo apurou o Poder360, o impasse se dá na questão de classificar o Hamas como um “grupo terrorista” e nas condições para se criar um corredor humanitário na Faixa de Gaza.
Até a publicação desta reportagem, não há informações sobre uma nova data do encontro. Também não há detalhes se o adiamento está relacionado com a ataque israelense contra o hospital de al-Ahli na cidade de Gaza. Pelo menos 500 pessoas foram vitimadas, entre mortos e feridos.
Uma resolução proposta à ONU precisa de:
- pelo menos 9 dos 15 votos dos países integrantes para ser aprovada;
- nenhum veto de Reino Unido, China, França, Rússia ou Estados Unidos, as 5 nações permanentes do Conselho.
O Brasil, que está na presidência rotativa do conselho em outubro, iniciou na 6ª feira (13.out) um processo de consulta entre os representantes diplomáticos das outras 14 nações integrantes.
Na 2ª feira (16.out), o órgão da ONU rejeitou uma proposta russa. O texto pedia um cessar-fogo humanitário e condenava os ataques, mas não citava o Hamas. Teve 5 votos a favor, 4 contra (sendo 3 vetos de EUA, França e Reino Unido) e 6 abstenções, incluindo o Brasil.
Rússia, China, Gabão, Moçambique e Emirados Árabes votaram a favor da proposta. França, Japão, Reino Unido e EUA negaram a iniciativa. Albânia, Brasil, Equador, Gana, Malta e Suíça se abstiveram.
PROPOSTA BRASILEIRA
Até o momento, o texto elaborado fala em uma condenação dos “ataques terroristas atrozes do Hamas” contra Israel. Também pede:
- a liberação dos reféns mantidos pelo Hamas;
- a permissão para ações humanitárias; e
- a revogação da ordem de retirada de civis do norte de Gaza dada por Israel.
Leia a proposta do Brasil na ONU para guerra entre Israel e Hamas aqui.
Entenda a guerra no Oriente Médio:
- o Hamas atacou Israel em 7 de outubro e reivindicou a autoria da ação;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo;
- Israel respondeu com bombardeios Faixa de Gaza e um cerco à região;
- o Hamas ameaçou matar reféns em retaliação à resposta militar israelense;
- depois de privar Gaza de água e alimentos, Israel preparou uma invasão por terra, água e mar;
- o conflito já deixou 4.461 mortos (1.400 israelenses e 3.061 palestinos);
- EUA e países europeus pediram que outros países fiquem de fora da guerra;
- Irã disse não ter relação com os ataques;
- Lula chamou os ataques de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
- governo já repatriou 915 brasileiros na operação Voltando em Paz;
- 3 brasileiros morreram: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Mendes.
- ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto;
- OPINIÃO – Relação Hamas-Irã é obstáculo para a paz, escreve Claudio Lottenberg;
- ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
- VÍDEOS – veja imagens da guerra na playlist especial do Poder360 no YouTube.
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