Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O relator da CPI da Covid do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta terça-feira que a comissão "com certeza" vai propor o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro, acrescentando que o relatório final dos trabalhos deverá ser remetido para vários órgãos de controle.
"Pode ser? Com certeza será (indiciado). Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será, sim, pelo o que praticou", disse o relator, em entrevista a jornalistas.
A expectativa é que Renan apresente seu parecer final dos trabalhos no dia 19 para ser votado no dia seguinte.
O relator disse que haverá um fatiamento dos resultados da CPI para vários órgãos. Segundo ele, por exemplo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai receber as informações referentes a autoridades com foro privilegiado -- é o caso de Bolsonaro. Por lei, a PGR tem 30 dias para se pronunciar sobre os achados da comissão de inquérito.
O Ministério Público e o Tribunal de Contas da União serão outros órgãos para os quais essas informações serão repassadas, segundo Renan.
A CPI nesta semana toma seus últimos depoimentos, e na próxima semana o relator deverá se concentrar na confecção do relatório final, a ser votado na semana seguinte.