Por Leonardo e Benassatto
CANOAS (Reuters) - O número de mortes confirmadas em decorrência das chuvas intensas no Rio Grande do Sul se manteve em 143 e o de desaparecidos retornou de 131 para 125, igual ao da véspera, informou a Defesa Civil do Estado em balanço divulgado no início da noite de domingo.
No terceiro comunicado do domingo, o órgão relatou que o número de desalojados pela crise permaneceu em 538 mil.
O levantamento aponta que os estragos decorrentes das chuvas, alagamentos e enchentes atingem agora 447 municípios gaúchos, de 497 no total. Mais de 2,1 milhões de pessoas foram atingidas.
As chuvas intensas provocaram o aumento do nível de uma série de rios no Estado, causando enchentes de grandes proporções em diversas cidades gaúchas e afetando os esforços das equipes de resgate para alcançar sobreviventes.
Ainda assim, segundo dados da Defesa Civil gaúcha, mais de 76 mil pessoas e quase 10 mil animais já foram resgatados por um efetivo de mais de 27 mil pessoas que atuam nos esforços de resgate com mais de 4 mil viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações.
Em meio à tragédia, o maior desastre climático da história do Estado, os gaúchos passaram a enfrentar uma crise de abastecimento, com a escassez de alimentos e outros suprimentos básicos. Entidades e instituições de todo o país têm promovido doações de itens para a região, mas as enchentes têm dificultado a chegada dos suprimentos.
O governo Lula editou uma medida provisória que abre um crédito extraordinário de cerca de 12,2 bilhões de reais para que diversos órgãos possam usar em ações emergenciais de atendimento a municípios gaúchos.
As chuvas permanecem em volume menor nos últimos dias, mas há a perspectiva de aumento da intensidade delas nos próximos dias.
Reportagem da Reuters publicada neste domingo mostrou que, mesmo após duas semanas de as enchentes terem assolado o Estado, o Rio Grande do Sul entrou novamente em alerta, com o risco das águas voltarem subir antes mesmo de chegarem a baixar de fato.
Em vídeo publicado no X pela manhã a propósito do Dia das Mães, Lula disse que gostaria de deixar uma mensagem de solidariedade para as mães do Rio Grande do Sul.
"Vocês não estão sozinhas. Estamos juntos para recuperar e reconstruir o que foi destruído, cidades, casas, pontes e rodovias", afirmou.
"Mas sabemos que nem tudo pode ser recuperado, mães perderam seus filhos e filhos perderam as suas mães. A melhor maneira de honrarmos a memória daqueles que se foram é trabalharmos juntos com aquilo que o povo brasileiro tem de melhor, o espírito de união, solidariedade e amor ao próximo", ressaltou.
Na noite de sábado, o presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou uma mensagem sobre a situação do Rio Grande do Sul.
"Jill e eu estamos profundamente tristes pela perda de vidas e pela devastação causada pelas enchentes no Brasil. Nossos pensamentos e orações estão com as pessoas afetadas por esta tragédia e com os socorristas que trabalham para resgatar e fornecer cuidados médicos a famílias e indivíduos", disse.
"Minha administração está em contato com nossos parceiros brasileiros, e os Estados Unidos estão trabalhando para fornecer a assistência necessária ao povo brasileiro, em coordenação com as autoridades brasileiras enquanto lideram a resposta. Os Estados Unidos estão ao lado do Brasil neste momento difícil", reforçou.