Milhares de espanhóis foram às ruas, neste domingo (12.nov.2023), para manifestar contra a anistia aos separatistas catalães, concedida pelo primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez (PSOE). A medida é uma negociação de Sánchez com o partido Junts (Junts per Catalunya, em espanhol) para se manter no cargo. Os atos foram convocados em toda a Espanha pelo PP (Partido Popular).
A principal manifestação foi registrada em Madri. A sigla disse ter reunido cerca de 1 milhão de pessoas na região. Espanhóis levaram cartazes escritos: “Espanha vendida por 7 votos”, “Sem anistia” e “Sánchez-demita-se”.
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O PP, principal partido de oposição a Sánchez, teve a maioria dos votos nas eleições de julho e Alberto Núñez Feijóo (PP) foi indicado pelo rei Felipe 6º a enfrentar uma votação parlamentar para premiê. A sigla, no entanto, não assegurou a maioria dos assentos no Parlamento. Em setembro, Feijóo disse que o acordo pela anistia dos catalães era um “preço muito alto” para conseguir o cargo.
Feijóo esteve presente nas manifestações contra Sánchez. “Não vamos ficar calados. Não ficaremos calados até falarmos numa eleição e todos pudermos votar novamente porque se está fazendo o contrário do que foi votado”, declarou durante os atos.
O presidente do PP disse que “tudo” o que Sánchez faz “é contra a Espanha”. Também falou que o primeiro-ministro “não atrai nenhum grande acordo. Nem plural, nem diverso, nem progressista, nem nada”.
“A Espanha vai ter um presidente que comprou a sua investidura em troca da impunidade judicial dos seus parceiros, paga com os impostos do povo espanhol. […] Nós, espanhóis, não admitimos que a Presidência do Governo seja vendida”, declarou.
Feijóo também usou seu perfil oficial no X (ex-Twitter) para falar dos atos. Agradeceu aos espanhóis que participaram da “jornada histórica”.
“A Espanha ganha quando está unida. Ganharemos a batalha pela razão e pelo Estado de Direito”, escreveu.
A líder do governo de Madrid e do PP Madrid, Isabel Diaz Ayuso, que também estava nos protestos, disse que “Sánchez decidiu que não vai perder o poder, custe o que custar à Espanha”.
“Espanha não tinha ‘um problema de coexistência’, mas sim uma Constituição garantidora que nos une em liberdade. […] Pelo Estado de Direito, a liberdade e a nossa grande nação de séculos, não há anistia”, escreveu em seu perfil oficial no X.