Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho ao tentar assassinar o então candidato a presidente Jair Bolsonaro com uma facada durante evento da campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG), reiterando a conclusão das investigações sobre o atentado.
Em café da manhã com jornalistas em Brasília, Rodrigues disse que uma operação feita pela PF na manhã desta terça apontou a ligação do advogado que representou Adélio com o crime organizado, mas não indicou relação dele com a tentativa de assassinar Bolsonaro, que se elegeu na eleição daquele ano e ocupou a Presidência entre 2019 e 2022.
"Fizemos uma operação hoje em Minas Gerais que põe fim ao caso Adélio Bispo", disse Rodrigues aos jornalistas. "De fato conseguimos comprovar que esse advogado é vinculado a organizações criminosas... (Mas) nenhuma vinculação do advogado com a tentativa de homicídio do ex-candidato", afirmou, acrescentando que pedirá o arquivamento do caso.
Bolsonaro e aliados insinuaram diversas vezes, sem apresentar provas, que Adélio poderia ter cometido o atentado a mando de alguém, contrariando as conclusões das investigações da PF, incluindo as realizadas durante o governo do ex-presidente.
Adélio foi preso imediatamente após desferir a facada contra o abdômen de Bolsonaro em setembro de 2018 em Juiz de Fora. Ele foi diagnosticado com transtornos mentais e considerado inimputável e está atualmente sob custódia do Estado.