(Reuters) - Jair Bolsonaro defendeu neste sábado que o Senado coloque um freio no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável por inquéritos que envolvem o ex-presidente.
"Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais, naqueles que saem, que rompem o limite das quatro linhas da nossa Constituição. Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva", disse Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, repleta de apoiadores.
A declaração de Bolsonaro se seguiu a de vários participantes do ato, pedindo o impeachment de Moraes, sendo o primeiro deles o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.
Além dos inquéritos que envolvem Bolsonaro e apoiadores, Moraes, em uma nova frente, determinou no final do mês passado o bloqueio da rede social X, do bilionário Elon Musk, no Brasil, pelo fato de a plataforma não ter um representante legal no país, o que tem gerado críticas de bolsonaristas como um ataque à liberdade de expressão.
Bolsonaro defendeu também, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a anistia para as dezenas de pessoas condenadas pelos atos de 8 de janeiro. Naquele dia, apoiadores do ex-presidente depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, no que foi caracterizado pelo STF como uma tentativa de golpe de Estado.
Além de Tarcísio, vários políticos bolsonaristas discursaram.
Bolsonaro reclamou também de suas duas condenações de inegibilidade por oito anos, mostrando esperança que "essas duas acusações estapafúrdias, sem razão, sem materialidade" possam ser revertidas pelo trabalho do Congresso Nacional.
"Quem tem que escolher os seus futuros chefes é o povo brasileiro, e não um ou outro ministro que temporariamente esteja à frente do Tribunal Superior Eleitoral", disse.
O ex-presidente foi condenado a primeira vez em junho do ano passado em função da reunião que teve com embaixadores em 2022 na qual atacou o sistema eleitoral brasileiro, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele voltou a ser condenado em outubro de 2023 por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas no dia 7 de setembro de 2022, durante a campanha eleitoral daquele ano.
Bolsonaro também comentou que uma vitória do ex-presidente dos EUA e candidato republicano na eleição presidencial deste ano naquele país, Donald Trump, seria um sinal para os ditadores de todo o mundo e um sinal importante para o Brasil.
(Por Alexandre Caverni)