O G77, formado por 134 países em desenvolvimento, do chamado Sul Global, assinaram neste sábado (16.set.2023) uma declaração conjunta em que pedem o fim imediato de medidas econômicas coercitivas e unilaterais, como o embargo dos Estados Unidos contra Cuba. Eis a íntegra da declaração (PDF – 336 kB, em inglês)
Os países afirmam que esse tipo de sanção prejudica o avanço econômico, social, científico e tecnológico nos países em desenvolvimento. A edição da cúpula deste ano foi realizada em Havana, capital cubana, e teve a China como país convidado.
Mais cedo neste sábado (16.set), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou e chamou de “ilegal” o embargo dos EUA contra Cuba há mais de 60 anos. O presidente brasileiro também rechaçou “a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”.
Na declaração, os países também fazem um apelo à comunidade internacional por uma “ação urgente” para ampliar o acesso a produtos e tecnologias, em especial, os relacionados à saúde, nos países em desenvolvimento.
“Notamos com profunda preocupação as disparidades existentes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento em termos de condições, possibilidades e capacidades para produzir novos conhecimentos científicos e tecnológicos”, afirmam no texto.
As nações também mencionaram a importância de fortalecer parcerias e colaborações nas áreas de ciência e tecnologia, além de destacarem a necessidade de maior investimento nesses segmentos. O grupo determinou o dia 16 de setembro como o Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação no Sul Global.
Cúpula do G77
O Grupo dos 77 é a principal organização de países em desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), e promove interesses compartilhados entre essas nações e exerce influência significativa na economia e nas relações de cooperação, desenvolvimento e multilateralismo.O tema definido para esta edição é: “Os desafios atuais para o desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação”.
Dentre as prioridades, estão:
- economia e finanças;
- cooperação e transferência de tecnologia;
- erradicação da fome e da pobreza;
- defesa da reforma da governança financeira internacional.
Atualmente, 134 países integram o grupo, mas o nome original foi mantido pelo seu significado histórico. O próximo país a assumir a presidência do bloco será Uganda.