O presidente da Enel (BIT:ENEI) Brasil, Nicola Cotugno, disse que a distribuidora “está fazendo um trabalho incrível” para restabelecer o fornecimento de energia na cidade de São Paulo. Uma tempestade com ventos fortes atingiu a região na 6ª feira (3.nov.2023), deixando mais de 2,1 milhões de pessoas sem luz. Até a noite de 2ª feira (6.nov), 120 mil clientes continuavam no escuro.
“Não é para nos desculparmos, não. O vento foi absurdo”, justificou Cotugno em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesta 3ª feira (7.nov). Segundo o executivo, as rajadas de vento atingiram até 104 km/h. “Na escala Saffir-Simpson, ventos de 120 km/h são furacões”, completou.
De acordo com Cotugno, o trabalho da distribuidora foi dificultado pela queda de árvores. Das 1.400 que caíram na cidade durante a tempestade, cerca de 1.000 teriam atingido a rede elétrica.
“Temos quase 8 milhões de clientes e, desses, 2,1 milhões foram afetados. Nas primeiras 24 horas, 960 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado. Quase 1 milhão”, afirmou. O responsável pela Enel disse que, até as 19h de 2ª feira (6.nov), 120 mil clientes de São Paulo estavam sem energia.
“Essa ventania afetou não apenas as linhas. Tivemos que retirar, recolher e instalar postes. Mobilizar centenas de equipamentos e reconstituir quilômetros de rede. Esse trabalho não é feito por qualquer profissional em curto prazo”, disse o executivo.
Quando questionado sobre o plano da companhia para lidar com eventos climáticos extremos, Cotugno citou a possibilidade de “enterrar a rede”. Segundo ele, 98% da distribuição em São Paulo é aérea –ou seja, feita por fios presos a postes. “No deserto, esse tipo de rede é segura, mas onde há árvores, com muita chuva e vento, ela fica exposta a danos —e São Paulo é uma cidade verde. Isso é maravilhoso, mas é preciso cuidar das árvores e da rede aérea.”
O presidente da Enel disse que a medida demanda “coordenação, investimentos e tempo”, pois “a rede de São Paulo tem mais de 40.000 km”. E completou: “Inúmeras vezes se falou em enterrar os fios em São Paulo, mas não se chega a consenso de quanto vai custar nem de quem vai pagar”.