O ciclone extratropical que atinge a região Sul do Brasil desde domingo (3.set.2023) tem surpreendido o país pelo tamanho do estrago provocado. Até o momento, são pelo menos 36 mortes confirmadas no Rio Grande do Sul e outra em Santa Catarina em decorrência do evento climático, totalizando 37 óbitos. Outras milhares de pessoas tiveram de abandonar suas casas e estão desalojadas ou desabrigadas.
O fenômeno é complexo e demanda condições de umidade, calor e velocidade de ventos específicas para ocorrer. Além disso, a depender da composição e temperatura de seu núcleo, um ciclone pode ser dividido em 3 tipos diferentes.
O Poder360 elaborou infográficos para explicar a formação de ciclones e quais as diferenças entre os seus tipos:
Como funciona um ciclone
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), um ciclone é formado quando um coluna fechada de baixa pressão, a partir de uma instabilidade atmosférica, lança uma massa de ar quente e úmida continuamente para cima, enquanto recebe uma massa de ar frio e seco que desce.
Quando sobe, a massa de ar quente condensa e se transforma em grandes nuvens de chuva. Elas, por sua vez, tem movimentos circulares e provocam tempestades por toda a área afetada.
No Hemisfério Sul, os ventos giram no sentido horário. Já no Hemisfério Norte, no sentido anti-horário.
Quais são os tipos de ciclone
O fenômeno que atinge o Sul do país é definido como um ciclone extratropical. Existem ainda outras duas categorias para o evento climático, a depender de suas características particulares.
- os ciclones tropicais são conhecidos também como furacões ou tufões. São o tipo mais intenso e devastador e não estão associados a frente frias. Esse tipo de evento natural atua em regiões equatoriais sobre os oceanos e retira energia do calor do mar;
- os ciclones extratropicais estão sempre associados a uma frente fria. Seu núcleo possui temperaturas menores do que a atmosfera externa. São o tipo mais comum no Brasil, principalmente no inverno;
- os ciclones subtropicais são mais frequentes na primavera e não precisam estar associados a uma frente fria. O núcleo deles é misto, com partes quentes e geladas. Quanto mais perto da superfície está o ciclone, mais elevadas são as temperaturas.
O ciclone no Sul do país
Até 4ª feira (6.set), a Defesa Civil havia confirmado a morte de 36 pessoas em decorrência do ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É a pior tragédia natural em número de mortos registrada na história gaúcha.
“Lamentamos cada vida perdida e estamos trabalhando para fazer todos os resgates possíveis nas regiões mais atingidas”, declarou o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), em seu perfil no X (antigo Twitter). Ele informou que as atenções das equipes de resgate agora focarão também na região do Vale do Rio Pardo.
Em Santa Catarina, há a confirmação de uma morte na cidade de Jupiá. No Rio Grande do Sul, são 36 óbitos.
Leia os municípios com mortes em decorrência das chuvas:
Os ministros da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, viajaram na manhã desta 4ª para a região norte gaúcha para acompanhar os trabalhos de resgate e assistência as vítimas das enchentes.
Acompanhados do governador do Estado e do Chefe da Defesa Civil, Wolnei Aparecido Woff Barreiros, eles irão sobrevoar as cidades de Muçum, Encantado, Roca Sales, Santa Tereza e Roma Nova. A região norte do Estado foi a mais atingida pelo ciclone extratropical. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), mais de 70 cidades de RS enfrentam consequências da tempestade.
Conforme números da Defesa Civil até 4ª feira (6.set), o Rio Grande do Sul tinha:
- 2.984 desalojados (aqueles que deixaram suas casas, mas não necessitam de abrigo, ou seja, podem, por exemplo, estar com familiares ou amigos);
- 1.650 desabrigados (que estão em abrigos públicos ou privados).