O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou na 6ª feira (22.set.2023) que o empresário Marcos Soares Moreira fosse preso novamente depois de chamar os integrantes da Corte de “bandidos” em um vídeo publicado em seu perfil do Instagram. Ele havia sido detido por envolvimento nos atos do 8 de Janeiro, mas foi solto em maio.
Marcos cumpria regime condicional. Determinou-se que ele deveria usar tornozeleira eletrônica e que não poderia publicar conteúdos nas redes sociais. A justificativa de Moraes para a nova prisão foi desprezo pela Justiça. A operação de detenção se deu no Espírito Santo, onde mora Marcos.
“Para mim é indiferente estar aqui ou lá dentro [da prisão]. Mas eu jamais vou me curvar a vocês, bandidos, que têm a caneta na mão”, disse o empresário no vídeo. Depois, citou ministros pelo nome: “Alexandre de Moraes, Rosa Weber, todos vocês aí são bandidos, vagabundos”.
Outros xingamentos foram proferidos: “Criminosos, canalhas, corruptos”. Logo depois, ameaçou: “A hora de vocês vai chegar”. A publicação foi apagada.
Marcos declarou não ter medo de morrer. Falou, sem provas, que os ministros têm ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). “Manda o PCC, os ‘parça’ de vocês, me pegarem […] estou aqui para servir o meu país, nem que seja com a vida”.
Ele contou que sua prisão o afetou a níveis físicos e psicológicos. Relatou perda de toda a líbido sexual e da vontade de comer. “Vocês me tiraram tudo que eu tinha de mais digno, de mais precioso, que é minha dignidade”.
Ele postava conteúdos frequentemente nas redes sociais mesmo antes do vídeo em que chamou os ministros de “bandidos”. Em uma gravação, por exemplo, dizia ser “preso político”. Fazia conteúdos se dirigindo aos presos pelo 8 de Janeiro e falava em injustiça.
Também falava sobre assuntos em pauta no cenário político. Reagiu ao desfile de 7 de Setembro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fez uma transmissão ao vivo para dar suas opiniões sobre o julgamento do aborto no STF. Era comum que utilizasse blusas verde e amarela e a bandeira do Brasil. No perfil do Instagram, se autodefinia como “patriota capixaba preso”.