O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado (28.out.2023) que as potências ocidentais são as principais culpadas pelo “massacre” que ocorre na Faixa de Gaza. “Com exceção de algumas consciências que levantaram a voz, estes massacres são inteiramente obra do Ocidente”, afirmou o chefe de Estado.
Erdogan participou de um comício de apoio à população palestina. No evento, o presidente turco definiu o Estado de Israel como “ocupantes do território palestino” e o grupo Hamas como “lutadores pela liberdade”, além de atribuir crimes de guerra aos israelenses.
“Israel tem cometido abertamente crimes de guerra durante 22 dias, mas os líderes ocidentais não podem sequer apelar a Israel para um cessar-fogo, muito menos reagir a ele”, declarou Erdogan. O chefe do país disse ainda que está trabalhando para declarar Israel como criminoso de guerra. Segundo as autoridades turcas, mais de 1 milhão de pessoas compareceram à manifestação pró-Palestina.
Em seu discurso, Erdogan apelou diversas vezes para referências religiosas e fez menção a uma união do mundo muçulmano contra os países cristãos. A base política do partido do presidente turco é composta por legendas nacionalistas e islâmicas.
“Ei, Ocidente, estou falando com você! Você quer uma guerra entre a Cruz e o Crescente? Então saiba que esse povo está vivo, esse povo está firme”, disse Erdogan, em referência aos antigos conflitos entre cristãos e muçulmanos pelo controle da Terra Santa.
Israel retira diplomatas da Turquia
Em resposta às falas de Erdogan, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, informou que chamou de volta todos os diplomatas israelenses que atuavam na Turquia.
Em publicação no seu perfil no X (ex-Twitter), Cohen disse que o governo vai reavaliar as relações entre os 2 países depois das “graves declarações” do presidente turco.