🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

EUA: decisão do Brasil sobre navios iranianos é 'errada' e única na região

Publicado 03.03.2023, 09:09
Atualizado 03.03.2023, 12:40
© Reuters.  EUA: decisão do Brasil sobre navios iranianos é 'errada' e única na região

O governo dos Estados Unidos tem deixado claro o incômodo gerado em Washington com a permissão dada por Brasília para navios iranianos atracarem no Rio de Janeiro nesta semana. Em resposta a questionamento feito pelo Estadão, um porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou que a decisão brasileira foi "errada", assim como passa uma mensagem "errada", destacando ainda que o País é o único da região a adotar uma medida desse tipo.

"Nós não discutiremos conversas diplomáticas, exceto para dizer que deixamos claro para países relevantes que esses navios não devem atracar em nenhum lugar", afirmou o porta-voz. "O Brasil é um país soberano que pode tomar sua própria decisão sobre como se relacionar com o Irã. Até o momento, o Brasil é o único país do nosso hemisfério que aceitou um pedido de atração", destacou o porta-voz do Departamento de Estado americano.

O tom severo das declarações da diplomacia americana indica o nível do incômodo com a decisão do governo Lula de permitir que as embarcações Iris Makran e Iris Dena, que pertencem à frota de guerra iraniana, atracassem no porto do Rio de Janeiro no dia 26. Os navios devem ficar na Baía de Guanabara até sábado, 4.

Os navios já tinham recebido, em 13 de janeiro, uma autorização para aportar entre os dias 23 e 30 daquele mês, pouco antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de fevereiro, a Washington a convite de Joe Biden. A atracação dos navios foi adiada em razão da sensibilidade diplomática do movimento e uma nova autorização foi emitida pela Marinha do Brasil e publicada pelo Diário Oficial da União no dia 23.

Os governos Lula e Biden tiveram um início amistoso na nova relação bilateral neste ano, diante de interesses políticos comuns, mas os EUA esperavam que o Brasil não permitisse a chegada das duas embarcações.

Também em resposta ao Estadão, um porta-voz do departamento de Estado americano afirmou que "hospedar embarcações iranianas pertencentes a um regime que está reprimindo brutalmente seu próprio povo no país, fornecendo armas para a Rússia usar em sua guerra de agressão contra a Ucrânia, e engajando em terrorismo e desestabilizando a proliferação de armas pelo mundo envia uma mensagem errada e é uma decisão errada".

O encontro entre o secretário de Estado, Antony Blinken, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta quinta-feira, 2, havia sido entendido pelo Itamaraty como um sinal de que os EUA não intensificarão a pressão a respeito do tema. A questão dos navios iranianos, segundo fontes envolvidas no encontro, não foi levantada por Blinken.

No Itamaraty, a leitura feita é de que, a despeito da pressão, os americanos "entenderam o recado" enviado por Brasília de que a questão envolve o Brasil como um país soberano e sua relação com outro país soberano, o Irã.

Parlamentares republicanos pressionam o governo Biden a, inclusive, adotar sanções contra o Brasil. O Departamento de Estado não mencionou sanções e também não comentou qual a posição dos EUA sobre o pleito de republicanos.

Em nota no dia 27, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, onde os republicanos têm maioria, Michael McCaul, avaliou como "totalmente inaceitável" a decisão do governo Lula. No dia seguinte, o senador Ted Cruz, que integra a mesma comissão no Senado, onde a maioria é democrata, disse que ela "ameaça" a segurança dos americanos e pediu que Biden aplique sanções ao Brasil. Os dois legisladores são republicanos do Texas.

No último dia 15, a nova embaixadora dos EUA enviada por Biden a Brasília, Elizabeth Bagley, foi enfática sobre a posição do país em declaração pública, quando disse que os navios "não deveriam atracar em nenhum lugar". Na ocasião, ela negou que o assunto tenha sido discutido entre Lula e Biden na Casa Branca, mas confirmou que o Departamento de Estado levou a questão para análise do governo brasileiro, por meio do Itamaraty.

Diplomatas brasileiros consideram, no entanto, que o Brasil acertou ao não atender pedido dos EUA para negar o pedido do Irã a respeito dos navios. O ex-embaixador do Brasil nos EUA Rubens Barbosa afirma que a posição do Brasil está correta e não deve sofrer nenhuma repreensão ou punição política ou econômica de Washington.

Segundo ele, em um cenário de intensas divisões globais, o País age corretamente ao se manter equidistante das tensões. "O Brasil aceita imposição de sanções desde que sejam aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Sanções unilaterais, do ponto de vista do Brasil, são ilegais, sejam comerciais, sejam políticas", afirma Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice). O Irã está sob duras sanções econômicas unilaterais dos EUA.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.