O conselho de diretores do FMI (Fundo Monetário Internacional) não chegou a um consenso em sua reunião anual. Mais uma vez, foi impossível elaborar um comunicado oficial sobre a reunião, o que precisaria ter aval de todos os seus 190 países integrantes. No lugar, foi divulgado um resumo, como tem sido praxe desde a invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Eis a íntegra do documento (PDF, em inglês – 289 kB).
Sem acordo, acabou ficando para 2025 a discussão sobre a reforma do Fundo, com a revisão das cotas, proposta que vem sendo defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ideia é usar as cotas do fundo de forma a refletir melhor o peso econômico de cada membro.
Depois da reunião, a diretora do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do FMI, Nadia Calviño, afirmou em entrevista, que há concordância em formular propostas para buscar uma “possível” revisão das cotas em 2024.
Segundo Calviño, que é ministra da Economia da Espanha, não houve consenso para elaboração de um comunicado conjunto por discordâncias entre os países sobre a linguagem que seria usada para se referir aos conflitos entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e o Hamas.
O sistema de cotas do FMI funciona da seguinte forma: os países que dão mais dinheiro ao fundo têm um poder de voto maior ao decidir para onde vão os investimentos do fundo monetário.
Na prática, a revisão de cotas daria aos países emergentes, como o Brasil, maior poder de decisão no FMI. Também se beneficiariam Índia e China, o que não agrada os Estados Unidos.