O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), indicado para a presidência da Embratur no novo governo Lula, afirmou que o agora ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser investigado por eventuais crimes que tenha cometido durante o seu mandato, mas defendeu que isso ocorra sem "perseguição".
"Bolsonaro é uma liderança de uma extrema-direita. Esse é um fato. Eu acho que ele vai ter que responder pelos crimes. Não estou dizendo que ele vai ser preso, isso ou aquilo, isso cabe ao Poder Judiciário", disse o parlamentar, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, ao chegar para a cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao comentar a atuação de Bolsonaro na pandemia de covid-19, Freixo ressaltou que muitas pessoas morreram em decorrência da crise sanitária e que a eventual responsabilidade do ex-presidente deve ser apurada.
"Ele cometeu muitos crimes. Os sigilos serão obviamente encerrados, porque não tem cabimento. Não tem que haver uma perseguição a ninguém, o que tem que haver é um processo democrático", emendou o deputado.
O deputado federal também disse que a Embratur tem de promover o País no exterior. "Embratur é promoção do Brasil para fora", declarou o parlamentar ao chegar ao Congresso para a posse do presidente eleito.
"Vamos fazer análise de ecossistema do turismo. É um grande setor de geração de emprego em vários lugares do mundo. No Brasil, tem turismo de lazer, de negócios, esportivo, climático", emendou. O futuro presidente da agência prometeu também retomar o diálogo no setor.
Freixo chegou a ser cotado para o Ministério do Turismo, mas Lula decidiu dar o comando da pasta ao União Brasil, que escolheu a deputada Daniela do Waguinho (RJ). O petista negociou espaço no governo a legendas de centro com o objetivo de aumentar sua base parlamentar no Congresso, mas enfrentou dificuldades nas negociações.
Como mostrou o Broadcast Político em 21 de dezembro, depois de ser descartado para o Turismo, o destino de Freixo no governo estava entre a presidência da Embratur e a Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça, cargo que acabou ficando com o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE).