Indicado à presidência do BC (Banco Central) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gabriel Galípolo não deve sofrer resistência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, responsável por sabatiná-lo. Mesmo integrantes da oposição afirmam que apoiarão o nome.
Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da gestão de Jair Bolsonaro (PL) e um dos maiores opositores do governo petista dentro da comissão, confirmou ao Poder360 que apoiará Galípolo. Angelo Coronel (PSD-BA), vice-presidente do colegiado e que já criticou Lula no passado, afirma que também apoiará. “Ele é uma pessoa capaz e vai substituir Roberto Campos Neto à altura”, disse.
O próprio presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), já declarou que Galípolo não enfrentará problemas durante o processo. Ele ainda não foi procurado por integrantes do governo para tratar sobre o tema. Foca em sua campanha a prefeito de Goiânia e espera que o requerimento de indicação chegue oficialmente em suas mãos para conversar com os integrantes do grupo e escolher um relator.
Galípolo tem a seu favor o fato de que nenhum indicado ao comando do BC foi rejeitado pelo Senado. A Casa Alta analisou e aprovou 14 nomes desde 1988.
Como será a tramitação
A indicação de Galípolo foi anunciada na 4ª feira (28.ago.2024) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A Constituição determina que cabe ao Senado Federal “aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública” o indicado para a presidência do BC.
Eis o processo pelo qual passará Galípolo:
- o governo envia ao Senado por meio de mensagem a indicação do presidente do BC;
- a mensagem é lida em plenário e enviada à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado;
- é designado um relator, que fará um parecer para atestar se o indicado tem condições ou não de exercer o cargo;
- o indicado é sabatinado pela CAE e a comissão analisa se chancela ou não. Dos 26 votos, precisa de maioria simples (metade dos presentes + 1). Se der empate, o presidente da comissão dá o voto de minerva;
- caso aprovado, o parecer é lido no plenário do Senado;
- os 81 senadores analisam o nome do indicado e votam a favor ou contra;
- para ser aprovado no plenário, precisa ter maioria simples;
- se aprovado, o Senado comunica a presidência, que publica o nome no Diário Oficial da União.
Na 3ª feira (27.ago), o presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que a chance de realizar a sabatina na 1ª semana de setembro “é zero”. Segundo o congressista, a CAE não é “pastelaria” e “não há motivo para ter pressa”.
Perguntado sobre o perfil de Gabriel Galípolo, Vanderlan afirmou ser uma “pessoa comunicativa” e que “não vê problemas” na aprovação do nome.