A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), negou já ter se encontrado com integrante do Hamas, grupo que deflagrou ataques contra Israel no último sábado (7.out.2023) e desencadeou uma guerra que já deixou mais de 2.200 mortos. A congressista repeliu qualquer relação do seu partido com o grupo palestino.
“Estou na presidência do partido há 7 anos e nunca me encontrei com qualquer integrante do Hamas, não há nenhuma relação institucional com eles”, disse Gleisi em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Gleisi também se manifestou a respeito da escalada de tensão em Israel nas redes sociais. Segundo ela, a retaliação israelense aos ataques palestinos se anuncia “como uma brutalidade ainda mais abrangente contra a população civil da Faixa de Gaza”.
“Dois milhões de palestinos, confinados há mais de uma década em um verdadeiro campo de concentração, sem direitos e sem perspectivas, são tratados agora como sub-humanos, sem acesso à água, comida e energia”, publicou a deputada.
“O que se anuncia, sob pretexto de retaliação militar e segurança do estado, é um massacre com as dimensões de um genocídio. Repudiamos a violência e esta é a posição do PT, solidário com as vítimas de todas as partes desde a retomada do conflito armado”, completou a presidente do PT.
Por fim, a deputada disse estimular o governo brasileiro a atuar por um cessar-fogo imediato e pelo reconhecimento de 2 Estados, Israel e Palestina, com direito à soberania, ao desenvolvimento econômico e às tradições históricas de cada um.
“A ofensiva militar anunciada pelo governo de extrema-direita de Netanyahu só vai resultar em mais ódio e destruição. É hora de todos no mundo, governos e sociedade civil, ajudarem a construir uma solução pacífica e duradoura para essa região, o que necessariamente passa pela desocupação dos territórios palestinos”, declarou.
Polêmica
Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão sendo criticados por não condenarem diretamente o Hamas. Na 3ª feira (10.out), o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA) ironizou a falta de um posicionamento do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O próprio Lula também foi alvo de reclamações, pelo tom das suas declarações, que não tem feito menções expressas ao grupo extremista.