O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar está desenvolvendo um programa de incentivo à agrofloresta no Brasil, técnica que combina no mesmo terreno plantas arbóreas e frutíferas com cultivos agrícolas. A iniciativa deve ser apresentada pelo governo em novembro, disse o ministro Paulo Teixeira (PT) ao Poder360.
A ideia é que seja disponibilizada uma linha de crédito para incentivar produtores rurais a implementarem um sistema agroflorestal em suas propriedades. O programa está sendo discutido com o Ministério do Meio Ambiente, com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Petrobras (BVMF:PETR4).
“Nós já temos um recurso, com o qual vamos começar. Paralelamente estamos conversando com a Petrobras e com o BID para ver se a gente amplia o volume desses recursos”, disse Teixeira.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, os resultados do programa devem ser apresentados na COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) para o clima, que deve ser realizada em Belém (PA), em 2025.
“[Vamos] entregar na COP30 um programa de florestas produtivas robusto e que impacte o clima e o regime de chuvas e também promova uma economia sustentável na região Norte”, disse.
Além da região Norte, o programa também deve ser implementado nas outras áreas do Brasil, de acordo com Paulo Teixeira. O volume da carteira de crédito nem as taxas de juros estão definidas. O ministro disse, porém, que o programa será “altamente” subsidiado pelo governo.
Pronaf
O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) já tem uma linha de crédito voltada para sistema agroflorestais, com taxa de juros de 3% ao ano, segundo Teixeira. O programa destinará R$ 71,6 bilhões ao crédito rural para agricultura familiar para a safra de 2023/2024. O volume é 34% superior ao anunciado na safra passada e o maior da série histórica.
“O açaí na entressafra vale ouro. Se a gente conseguir financiar também a agroindústria, ele [produtor] pode exportá-lo, embalá-lo, congelá-lo e vender a um preço muito mais elevado do que se vendesse a fruta na safra”, disse.