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Guedes deve ir à Câmara para falar de offshore no dia 13, diz líder do governo

Publicado 06.10.2021, 20:02
Atualizado 06.10.2021, 20:06
© Reuters. 08/03/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Ricardo Brito e Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá comparecer ao plenário da Câmara em 13 de outubro para prestar esclarecimentos sobre conta offshore em um paraíso fiscal, disse nesta quarta-feira o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), após revelação do caso no final de semana em reportagens do Pandora Papers.

"Ele já tinha se disposto a ir na quarta-feira (dia 13)", disse Barros à Reuters.

O plenário da Câmara aprovou um requerimento de convocação de Guedes com amplo apoio, inclusive de partidos da base aliada ao governo do presidente Jair Bolsonaro, na tarde desta quarta. O pedido passou com o aval de 310 votos favoráveis e 142 contrários, e ocorre na esteira de outros pedidos de ida de Guedes ao Congresso para explicar o caso.

A decisão de chamar Guedes contou com o decisivo aval do PP, um dos principais aliados do governo no Congresso. Barros tentou, sem sucesso, costurar um acordo para que o ministro fosse convidado -- o que não tornaria obrigatória a ida dele, e simbolicamente teria um peso político menor.

Contudo, o pedido de convite foi rejeitado com o apoio de 283 votos contrários e 117 favoráveis.

Durante os debates, o líder do PP, deputado Caca Leão (PP-BA), disse que, por falta de acordo sobre o convite, decidiu apoiar a convocação de Guedes.

“A bancada tem o entendimento da importância da vinda do ministro Paulo Guedes nesse plenário para esclarecer tudo que tem sido falado na imprensa e agir com a seriedade que esse momento precisa”, afirmou.

A orientação do PP surpreendeu os deputados aliados ao governo e os fizeram apoiar em peso a convocação, disse uma fonte com conhecimento das tratativas à Reuters.

A convocação foi aprovada por ampla maioria, sendo que somente as bancadas do PSL e do PSC orientaram contra, além da liderança do governo. O Solidariedade decidiu liberar a votação da bancada.

No PP, dos 42 deputados da bancada, foram 27 votos a favor da convocação de Guedes e 7 contra -- os demais não participaram da votação, como é o caso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que viajou em missão oficial para Roma.

Um dos votos favoráveis foi da deputada Iracema Portella (PP-PI), que é casada com o ministro da Casa Civil e presidente licenciado do partido, Ciro Nogueira.

Segundo a fonte, a atuação do PP no caso está mais ligada a questões regionais, uma vez que uma parte da legenda é avessa a um apoio ao governo. Cacá Leão, por exemplo, é filho de João Leão (PP), vice-governador da Bahia da gestão comandada por Rui Costa (PT).

Houve também quem da base aproveitou-se da situação para desgastar o ministro da Economia, reconheceu a fonte. Esse desgaste, entretanto, não tem por objetivo inviabilizá-lo à frente da pasta, acrescentou. No jargão político, não seria uma fritura propriamente dita.

A sessão da Câmara que aprovou a convocação de Guedes foi conduzida pelo primeiro vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos (PL-AM), notório opositor de Bolsonaro e que já teve embates com Guedes.

A avaliação no Ministério da Economia, segundo outra fonte, é de colocar panos quentes no assunto e minimizar a preocupação com as convocações porque partiram do pressuposto de que isso iria ocorrer. A prioridade da pasta, acrescentou essa fonte, é solucionar a questão dos precatórios como forma de incrementar o novo programa social que substituirá o Bolsa Família.

Desdobramentos

Mais cedo, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara também havia aprovado uma nova convocação de Guedes, repetindo o que já havia sido feito na véspera pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também é citado nas reportagens, foi convidado a dar explicações na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. No caso do convite, a autoridade não é obrigada a comparecer.

Em outra frente, também na terça, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou convite tanto para Guedes como para Campos Neto darem explicações. Em acordo costurado com senadores da oposição e governistas e as duas autoridades, ficou definida a data de 19 de outubro para os depoimentos.

© Reuters. 08/03/2021
REUTERS/Ueslei Marcelino

 Parlamentares da oposição querem saber se haveria um suposto conflito de interesses das duas autoridades na manutenção dessas contas ocupando os cargos responsáveis por gerir as políticas econômica e cambial do país.

Em comunicados, Guedes e Campos Neto já afirmaram que as contas foram devidamente apresentadas às autoridades competentes e que não cometeram nenhuma irregularidade em relação aos cargos que ocupam.

A Procuradoria-Geral da República também abriu na terça uma apuração preliminar para averiguar a situação das duas autoridades em relação à existência das offshores.

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