Uma reportagem do New York Times, publicada nesta 5ª feira (26.out.2023), afirma que as inspeções de Israel nos caminhões responsáveis pelo envio de suprimentos para a Faixa de Gaza atrasam a chegada da ajuda humanitária na região.
Segundo o jornal norte-americano, 2 funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) e um da UE (União Europeia) não identificados disseram que o fornecimento da assistência se tornou “difícil” ou “impossível” por causa da fiscalização israelense.
Israel comunicou a ONU que tem capacidade de inspecionar no máximo 40 caminhões por dia. A ação é realizada em posto localizado a cerca 40 km da passagem de Rafah, cidade de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Segundos os relatos dados ao New York Times, israelenses estão conduzindo verificações “minuciosas” dos caminhões. Houve um caso, por exemplo, que manteve os veículos parados por mais de 24 horas.
Além disso, um dos funcionários disse ao jornal que o Egyptian Red Crescent (ou Sociedade do Crescente Vermelho Egípcio, na tradução livre), responsável pelo gerenciamento da ajuda, tem uma atuação “desorganizada para carregar os caminhões” com os suprimentos, algo que também atrasa as entregas.
Isolada por Israel, Gaza sofre com falta de água, alimentos, energia e combustível. O território tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e é controlado pelo Hamas, grupo extremista que atacou o território israelense em 7 de outubro. A ajuda humanitária foi iniciada no sábado (21.out) depois de negociação entre Israel e Egito, mediada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Para o acordo, o governo israelense estabeleceu as inspeções como condição a fim de evitar o envio camuflado de armas ou outros equipamentos que poderiam fortalecer o poder militar do Hamas.
Desde a abertura da fronteira no sábado (21.out) até esta 5ª feira (26.out), 74 caminhões chegaram na Faixa de Gaza. A ONU afirma ser necessário 100 veículos por dia para que a população da região seja atendida.