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Israel não tem moral para falar em direitos humanos, diz PT

Publicado 17.10.2023, 21:17
© Reuters.  Israel não tem moral para falar em direitos humanos, diz PT

O PT disse nesta 3ª feira (17.out.2023) que “é totalmente falsa e maliciosa a interpretação que a Embaixada de Israel no Brasil faz”, além de ser um “ataque injustificável” à sigla. A embaixada declarou por meio de nota que “é lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare” o grupo extremista palestino Hamas “com o que o governo israelense está fazendo para proteger seus cidadãos”.

No resolução divulgada na 2ª feira (16.out) pelo PT, a sigla classificou os ataques do grupo extremista como “inaceitáveis”, mas reservou para o governo israelense a crítica mais contundente. Citou o termo “genocídio”.

O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em nota que “condenou, sim, ‘os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel’” e “advertiu que a retaliação do governo de Israel configura ‘um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra’”.

O PT declarou também que enquanto a Embaixada de Israel divulgava sua nota contra o partido, ao menos “500 civis eram assassinados” no bombardeio a um hospital na Faixa de Gaza.

“Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos”, disse.

Apesar de relatos publicados inicialmente pela mídia dizerem que se tratava de um ataque israelense, ainda não está claro de quem é a responsabilidade pelo bombardeio. Israel acusa o grupo Jihad Islâmica, que nega.

Para o sigla, é “inaceitável por parte de quem tem a responsabilidade de representar no Brasil um país amigo” afirmar que o partido considera “assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas é uma posição política, ou que se trata apenas de uma luta política legítima”.

E declara que é um “ataque injustificável a um partido que ao longo de sua história abriga militantes palestinos, árabes e judeus e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina”.

Eis a íntegra da nota do PT:

“É totalmente falsa e maliciosa a interpretação que a Embaixada de Israel no Brasil faz e divulga em nota oficial sobre a Resolução do PT, divulgada ontem, a propósito da situação de Gaza.”

“O Diretório Nacional condenou, sim, ‘os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel'”.

“E advertiu que a retaliação do governo de Israel configura ‘um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra’, como o corte de água potável, energia, alimentos e remédios, além de bombardeios contra a população civil”.

“Por volta das 15h30 de hoje, enquanto a Embaixada de Israel divulgava sua nota contra o PT, pelo menos 500 civis eram assassinados no bombardeio a um grande hospital em Gaza.”

“Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos.”

“Todos têm direito a defender seu povo, mas a busca por justiça não se confunde com vingança nem pode se dar por meio da Lei de Talião.”

“A posição do PT é semelhante à da porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani: ‘Não se pode ter uma punição coletiva como resposta aos ataques horríveis [do Hamas]’.”

“Afirmar que o PT considera ‘o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas luta política legitima’, como faz a nota da embaixada, é uma atitude inaceitável por parte de quem tem a responsabilidade de representar no Brasil um país amigo.”

“É um ataque injustificável a um partido que ao longo de sua história abriga militantes palestinos, árabes e judeus e defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina.”

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