As negociações em andamento para libertar reféns israelenses na Faixa de Gaza e estabelecer um cessar-fogo de até 5 dias podem ser concluídas ainda nesta 3ª feira (21.nov.2023). Segundo um grupo de direitos dos prisioneiros palestinos, o acordo envolve também a libertação de palestinos detidos em Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Esta semana, a ONG Addameer relatou que cerca de 200 homens, a maioria adolescentes, estavam detidos em Israel, junto com 75 mulheres e 5 adolescentes do sexo feminino. Antes da ofensiva do grupo extremista no início de outubro, a organização afirma que cerca de 150 homens e 30 mulheres e meninas estavam nas prisões israelenses. Os dados foram obtidos do Serviço Prisional de Israel, responsável pelas prisões do país, além de informações fornecidas por familiares dos detidos.
Segundo o jornal norte-americano New York Times, muitas prisões recentes ocorreram em operações na Cisjordânia ocupada por Israel, que registrou um aumento em protestos nos últimos dias. O governo israelense afirma que as detenções fazem parte de uma operação antiterror contra o Hamas na região.
Durante a invasão terrestre, as IDF (Forças de Defesa de Israel), afirmaram ter detido 300 pessoas em Gaza, alegando estarem ligadas a grupos armados palestinos. Os presos teriam sido levados para território israelense para interrogatórios adicionais.
Segundo a Addameer, o número de prisioneiros políticos palestinos em Israel chegou a 7.000, abrangendo residentes de Gaza, Cisjordânia e israelenses. A organização afirma que a maioria dos detidos desde a ofensiva do Hamas está sob “detenção administrativa”, o que significa que são mantidos indefinidamente sem acusações.
Nesta 3ª feira (21.nov.2023), antes de uma reunião de gabinete para discutir um acordo envolvendo pelo menos 50 reféns e a libertação de 150 a 300 prisioneiros palestinos, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que “a guerra continuará até que todos os nossos objetivos sejam alcançados”.
Conforme divulgado no último fim de semana pelo The Washington Post, os termos do acordo incluem o congelamento das operações de combate por pelo menos 5 dias. Neste período, reféns devem ser libertos.
No 1º dia de cessar-fogo, 50 mulheres e crianças seriam libertas. Depois disso, 10 reféns seriam entregues por dia até o prazo de 5 dias, conforme publicado pelo jornal norte-americano.