O candidato ultraliberal à Presidência da Argentina Javier Milei afirmou na 2ª feira (23.ou.2023) que está disposto a nomear políticos da esquerda no governo caso vença o 2º turno das eleições contra Sergio Massa, atual ministro da Economia do país.
De acordo com Milei, existem ministérios para os quais a esquerda está mais apta a assumir. É o caso, segundo o candidato, do prometido Ministério dos Recursos Humanos, uma possível junção das áreas da saúde, educação, assistência social e trabalho.
“Se a pessoa que mais sabe sobre o assunto vai te oferecer uma solução, não me importa o que ela pensa sobre a teoria do valor-trabalho. Há um problema, quero resolvê-lo sem causar danos a ninguém, de modo que seja mais eficiente”, afirmou o presidenciável à rádio El Observador.
Com planos de reduzir drasticamente a estrutura estatal, Milei ficou em 2º lugar nas eleições para o mais alto cargo da Argentina, com 29,98% dos votos. Ele disputará o 2º turno do pleito com o candidato peronista e aliado do atual governo, Sergio Massa, que ficou com 36,68% no 1º turno.
Para superar a diferença de mais de 6 pontos percentuais, Milei tem prometido abraçar diferentes frentes políticas do país no seu governo, o que não inclui só a esquerda. Ainda em entrevista ao El Observador, disse que também está aberto a nomear Patricia Bullrich como sua Ministra da Segurança.
Bullrich, candidata de centro-direita, ficou em 3º lugar na corrida presidencial, com 23,83% dos votos. Agora, tanto Milei como Massa estão de olho no seu eleitorado, que será primordial para a vitória de um dos lados.
“Se ela quisesse se juntar, como eu não a incorporaria? Ela foi bem-sucedida na luta contra a insegurança”, afirmou. Milei se referia ao tempo em que Bullrich atuou como ministra de Segurança de Mauricio Macri, de 2015 a 2019.
Antes, porém, Milei já havia criticado Bullrich por seu passado de militância na década de 70, ao acusá-la de colocar bombas em jardins de infância. O ultraliberal também condenou a esquerda do país ao longo da sua candidatura e chegou a acusar o Papa Francisco de ser comunista.