O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu a vitória de Donald Trump (Partido Republicano) na 4ª feira (6.nov.2024) em publicação nas redes sociais. No texto, afirmou que a democracia “é a voz do povo” e que deve ser “sempre respeitada”. Porém, antes do resultado das eleições, o petista havia declarado publicamente o seu apoio à candidata Kamala Harris (Partido Democrata).
Em declaração à RedeTV, disse esperar manter boa relação com o republicano. “Convivência civilizada que eu já tive com o Bush –que era do Partido Republicano– que eu já tive com o Obama, que eu já tive com o Biden. Essa é a relação que eu quero estabelecer, uma relação entre 2 chefes de Estados, cada um representa o seu país, cada um tem interesses próprios nacionais”, afirmou.
O presidente brasileiro já fez duras críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, afirmando que uma possível vitoria do republicano representaria a volta de um “nazismo e fascismo com outra cara”.
“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu”, disse Lula em entrevista à TF1, emissora francesa, no dia 1º de novembro.
“Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições”, completou o presidente.
Em fevereiro deste ano, em entrevista para a rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, Lula afirmou que uma possível vitória do republicano não influenciaria a política brasileira. “Eu sinceramente não acredito que a eleição do Trump venha a ter influência na eleição brasileira, porque nunca teve. Acho que o Trump é uma questão americana, é a loucura americana, e o outro [o ex-presidente Jair Bolsonaro] foi a loucura aqui”, disse.
Em junho, durante uma entrevista para a mesma rádio, Lula disse que o atual presidente Joe Biden, na época o então candidato do Partido Democrata, seria uma melhor opção para a presidência dos Estados Unidos.
“Se o Trump ganhar, a gente não sabe o que ele vai fazer. Porque ele fala muito. Ele chegou a dizer que se algum país quiser escapar do dólar como moeda de referência ou comercial, ele vai punir o país. Ele não é presidente do mundo. Então essas pessoas que fazem muitas bravatas eu sinceramente não gosto, não acho que é bom na política”, afirmou, à época.
O presidente Lula diz que tenta evitar comentar sobre eleições internacionais para não influir nos pleitos de outros países. Na campanha eleitoral brasileira em 2022, o então ex-presidente dos EUA Trump declarou apoio a Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente parabenizou o republicano através das suas redes sociais. “Contra tudo e contra todos, Donald Trump voltará à Presidência da República dos Estados Unidos da América para completar sua missão: restaurar a grandeza de sua nação, proteger os interesses de seu povo e trabalhar por um mundo mais livre e com mais paz e tranquilidade”, escreveu Bolsonaro.