O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou de seus subordinados no governo mais rapidez e agilidade para executar os planos anunciados pela administração petista. Ele disse nesta 2ª feira (17.jun.2024) ser preciso “passar por cima dos manuais” e alertou que, se as ações demorarem muito para serem realizadas, o mandato irá acabar.
“Entre a gente propor a criação do Amas e a gente estar fazendo esse contrato, nós levamos quase 1 ano. Foi em julho [de 2023], já é o mês que vem, então 11 meses. Nós estamos no mês de junho, nós agora temos que fazer licitação para comprar as coisas previstas no orçamento. Se levar mais 1 ano, a gente vai terminar o mandato sem colocar em prática o nosso plano”, afirmou.
Lula declarou que o governo tem que ter menos reuniões, menos papeis e menos burocracia. A cobrança foi feita durante o evento em que anunciou o repasse de R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o Plano Amas (Amazônia: Segurança e Soberania). O aporte se dá 1 ano depois do lançamento da medida. O petista disse que se continuar nesse ritmo a ideia não será posta em prática.
“Então o que eu quero fazer é um apelo aos companheiros que vão executar isso. É preciso ser rápido. É preciso passar por cima dos manuais. É preciso tentar fazer as coisas acontecerem porque senão daqui a pouco a gente tem reunião com o governador do Amapá, o governador do Amazonas, dizendo que o dinheiro não chegou. Não chegaram os drones, não chegaram os helicópteros, não chegou barco. […] Não tinha plano, teve o plano. Não tinha dinheiro, tem o dinheiro. Agora, é o seguinte: tem plano, tem o dinheiro e tem gente para executar. Nada mais pode retardar”, declarou.
O chefe do Executivo disse ainda que seu governo está “aprendendo” que é muito mais rápido “destruir” do que “construir”. A analogia foi feita em referência ao desastre no Rio Grande do Sul, em que enchentes destruíram diversas cidades do Estado em abril e maio.
Questionado por jornalistas sobre a declaração do presidente, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, minimizou a cobrança.
“Ele não disse que o projeto não andou como deveria, o projeto andou, teve resultados. […] O que ele reclama e com razão, é que a nossa legislação que estabelece regras para as licitações públicas é extremamente formal e burocrática. Qualquer licitação hoje é muito trabalhosa, demanda tempo e bastante cuidado porque estamos submetidos aos vários órgãos de fiscalização, especialmente ao TCU [Tribunal de Contas da União]”, disse.
O puxão de orelha de Lula chega na hora em que os planos do petista para 2024 estão derrapando.