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(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que está otimista com o possível encontro que terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante viagem de ambos à Malásia e afirmou que espera encontrar uma solução para questões envolvendo a relação bilateral.
"Na verdade espero que role (o encontro com Trump). Eu vim aqui na disposição que a gente possa encontrar uma solução", disse Lula a jornalistas em frente ao hotel em que está hospedado em Kuala Lumpur.
"Tudo depende da conversa, eu trabalho com o otimismo de que a gente pode encontrar uma solução... Não tem exigência minha e não tem exigência dele ainda, vamos colocar na mesa os problemas e vamos tentar encontrar uma solução. Então, pode ficar certo que vai ter uma solução", insistiu.
Lula e Trump estão na capital da Malásia para participarem da reunião de cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters ao longo desta semana que não há ainda uma confirmação do encontro, mas que, se ocorrer, ele deve acontecer no domingo.
Lula, que completará 80 anos na segunda-feira, quando ainda estará em viagem à Malásia, foi perguntado por jornalistas se convidaria Trump para as comemorações, e respondeu: "Eu acho que ele pode comer um pedacinho do bolo".
Mais cedo neste sábado, Trump disse a jornalistas que o acompanham no avião presidencial Força Aérea Um em sua viagem à Malásia que está disposto a reduzir as tarifas comerciais que impôs ao Brasil sob as circunstâncias certas.
Na sexta-feira, em entrevista coletiva em Jacarta, ao concluir uma visita à Indonésia e antes de embarcar para a Malásia, Lula disse que a pauta de seu possível encontro com Trump poderá versar sobre qualquer assunto, incluindo as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e as tensões entre EUA e Venezuela.
Trump impôs uma tarifa de 50% sobre várias exportações brasileiras para os Estados Unidos e o governo norte-americano aplicou sanções a autoridades financeiras, entre elas punições financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado por Washington de violar direitos humanos.
Moraes é o relator no STF do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Trump classificou os processos judiciais contra Bolsonaro de "caça às bruxas".
O possível encontro entre Lula e Trump viria depois de uma rápida conversa entre ambos nos bastidores da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, na qual o presidente dos EUA disse ter havido uma "química excelente" entre ambos.
Após esse breve encontro, Lula e Trump conversaram recentemente por telefone, num diálogo classificado como "amistoso" pelo governo brasileiro. Houve ainda uma reunião recente em Washington entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
