Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, que será candidato à reeleição em 2026 se não houver outro nome para enfrentar a extrema-direita.
"2026 eu vou deixar para pensar em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, eu vou discutir isso com muita sobriedade, com muita seriedade", afirmou Lula ao ser questionado se será candidato novamente daqui a dois anos, apesar da idade -- ele está atualmente com 79 anos.
"Então, se chegar na hora os partidos entenderem que não tem outro candidato para enfrentar uma pessoa de extrema-direita, que seja negacionista, que não acredita na medicina, que não acredita na ciência, obviamente que eu estarei pronto para enfrentar", acrescentou.
A entrevista para a ancora da CNN Internacional foi gravada na véspera, por videoconferência, do Palácio do Planalto. Em outro momomento da conversa, Lula afirmou que terá uma relação respeitosa com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e espera o mesmo do norte-americano.
Lula tem evitado afirmar que será candidato à reeleição em 2026. Em 2022, ao se apresentar para a eleição daquele ano, afirmou que pretendia cumprir apenas um mandato para recuperar o país depois do governo de Jair Bolsonaro.
O presidente pretendia, nesses primeiros quatro anos, desenvolver um sucessor, mas até agora isso ainda não aconteceu de forma clara.
Ao mesmo tempo, a polarização continua e a direita tem mostrado que mantém sua força, o que ficou evidente nas eleições municipais deste ano.
No entorno do presidente, aliados já dão como certo que Lula é o único nome capaz de agregar apoios para manter fora do poder o grupo de Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).